JOSELLYN
Oi, o meu nome é Josellyn, tenho 17 anos e ainda estou no ensino médio. Sou uma garota baixa, tenho apenas 1,50 de altura, e sofro muito bullying por conta disso. Eu sou filha única e não conheci minha mãe. Infelizmente, ela faleceu quando eu nasci e, desde então, a vida tem sido entre mim e meu pai, Maxwell. Faz pouco mais de 3 anos que nos mudamos para São Paulo, e eu até que gosto bastante. Morávamos em uma cidade pequena em Miami, mas meu pai estava mal por perder sua empresa e ficamos por um bom tempo em dificuldade. Quando ele finalmente recebeu uma proposta para fazer parte de uma grande subsidiária, onde ele seria quem iria comandar tudo, as coisas começaram a mudar para melhor. Só que ele teria que se mudar para a cidade onde estava a matriz, e descobriu que seria em São Paulo. Era longe de casa, seria uma mudança e tanto morar em outro país, mas estávamos mal onde estávamos, as contas aumentando e a hipoteca da casa estava atrasada. Eles ofereceram 30 mil de salário inicial por mês, com todos os benefícios, carro zero e uma casa quitada no valor de 500 mil no bairro que ele quisesse, ambos no nome dele. Sem contar que, mesmo que ele não estivesse em solo americano, disseram que o salário seria pago em dólar; era maravilhoso. Então, depois de perguntar o que eu achava, ele aceitou a proposta. E cá estamos nós; fazem 3 anos já. Estamos muito bem, graças a Deus, e estamos a viver em paz. Pena que a casa é enorme e só tem eu e o meu pai. Ele sempre foi sozinho, desde que me entendo por gente. Eu sempre fui feliz com ele, mas eu de verdade sinto falta de ter uma mãe. Eu só conheço a minha por fotos antigas e gostaria de ter uma mãe para que eu pudesse abraçá-la e beijá-la. O meu pai é maravilhoso e sempre supre as minhas necessidades, mas eu sinto que uma mãe faz tanta falta. Como quando eu fiquei menstruada pela primeira vez, aos 12 anos... o meu pai entrou em pânico, achando que eu estava tendo uma hemorragia, ou quando eu passei a gostar do meu amigo na época do ensino fundamental. Às vezes, eu tenho vontade de contar as coisas para ela ou pedir conselhos que somente uma mãe poderia me dar. Converso com a foto dela que guardo no meu diário, mas não é como se ela fosse me responder. A minha vida tem sido bem normal, entre estudar, sair às vezes com as amigas ou ficar cuidando da casa, que é enorme. Papai queria contratar uma empregada, mas eu não quis. Eu sempre tive o hábito de cuidar da casa. Se eu não tivesse o que fazer, eu ficaria louca, e não adiantaria contratar alguém, já que eu faria todo o serviço. O meu aniversário está chegando, e eu não sou muito adepta a ter festas, nem gosto de surpresas. Eu não tenho namorado. Na realidade, eu nunca namorei, então eu gostaria demais de um dia encontrar o amor... tipo aqueles que vejo nos doramas que eu assisto. Isso pode mesmo ser um tanto impossível. Acordo de manhã para fazer o café do papai. Ele vai sair cedo, como sempre, e eu gostaria que ele se alimentasse muito bem. Quando chego no seu quarto para avisá-lo, ele não está e sua cama está feita. – Estranho, será que ele não voltou ontem para casa? Fui dormir e ele ainda não havia chegado. Pode ser que não tenha nem vindo. Ultimamente, parece que mal nos vemos. Esqueço os pensamentos; depois, ele vai me dizer, certamente. Eu tenho que me apressar e cuidar das coisas; eu tenho que terminar de organizar a cozinha e me arrumar para ir para a escola. Depois de tudo pronto, eu vou para o ponto de ônibus e pego para ir embora. Não demora muito para chegar na escola e logo encontro os meus dois melhores amigos, Francielle e Christopher. – Oi, Jô, como foi a sua noite? Você não apareceu no grupo. – disse Francielle. – Ah, desculpa, Fran. Eu sei que você me espera para batermos aquele papo, mas eu simplesmente estava muito cansada após fazer tudo que tinha pendente e os deveres que deixei acumular. Acabei adormecendo. – Como você tá, Jô? Eu te trouxe suco de caqui com água de coco, seu preferido. – disse Christopher, me entregando o suco. – Haaa, Chris, você é mesmo o melhor, muito obrigada. E, respondendo-te, eu tô bem, só ainda um pouco cansada. – aproximo-me dele e dou um beijo na sua bochecha. Acho que ele ficou um pouco vermelhinho. Que fofo! Caminhamos até a nossa sala para a aula, e tudo estaria perfeito se não fosse a vaca da Cláudia. Ela adora me importunar; isso é mesmo um saco. – E aí, meio metro, mas que cara de acabada! Você passou a noite na farra? A sua mãe não se importa com isso? Ah, é, esqueci: você não tem uma! Hahahaha! – Sua vaca! Pode me importunar, mas deixa a minha mãe fora disso, ou eu vou fazer você calar a boca! – Ai, que medinho dela! Vai fazer o quê, meio metro? Morder a minha canela? O riso pela piada de Cláudia pôde ser ouvido à distância. A raiva foi mais forte que eu, e não vi mais nada na minha frente. Dei um soco no nariz da Cláudia, quebrando-o na mesma hora. Em seguida, dei uma bofetada, e depois outra, e outra. Não conseguia mais me controlar, e nem mesmo os meus amigos conseguiam me segurar. Os risos agora haviam cessado e se transformado em sussurros de surpresa, até que, não sei de onde, apareceu um rapaz e me segurou facilmente. Eu me solt ei e, na mesma hora, dei um soco no queixo dele. Ele ficou surpreso com tudo, mas logo voltou a si, pois a coordenação da escola apareceu, levando nós duas para a diretoria. ALEXANDER Estava indo levar o meu primo para a escola, já que ele dormiu lá em casa hoje. Faz tempo que não entro numa escola e, como estava de bobeira, resolvi levá-lo lá para pegar a documentação dele. Esperei por ele próximo a uma sala de aula; estava distraído quando senti um perfume ótimo e dei uma olhada para saber de quem era. Era uma moça linda, pequena, toda meiga, o corpo maravilhoso, cabelo que batia na bunda, num tom de preto muito brilhante. Nossa, mas que gata! Ela estava sorrindo para o amigo, que, pelo que vejo, é a fim dela. E que sorriso lindo! Não sei por que, mas fiquei com inveja dele só por estar perto dela. Estava admirando a sua beleza e corpo maravilhosos quando uma garota alta e meio esquisita se aproximou dela. Era um insulto atrás do outro, e a garota estava visivelmente com raiva, se controlando para não bater na outra. Quando parecia que ia acabar, a outra a insultou mais uma vez. Não deu tempo nem de ver o que se passava. Aquela gatinha deu um soco certeiro no nariz da outra. Deu para ouvir o nariz se quebrando daqui. Ela continuou a bater sem parar, descontrolada. Eu sabia que poderia me arrepender disso, mas fui até ela e a segurei. Estando tão perto dela, pude ter noção de quão pequena ela é e cheirosa demais. Segurei o seu corpo perto do meu por um momento. Porém, ela se soltou e virou, me dando um tremendo soco. E nossa, ela é pequena, mas o soco dela é forte! Mas que gatinha mais marrentinha. Em seguida, chegaram várias pessoas, e elas foram levadas provavelmente para a direção. Nossa, que menina linda! Quando ela me bateu, fiquei sem reação. Ela me olhou. Os seus olhos mostravam como estava brava... lindos olhos, de um cinza tão claro que me lembravam o Monte Everest, dois icebergs. Demorou pouco e o meu primo voltou para que fôssemos embora. Queria poder vê-la novamente antes de ir, mas não tive sorte. Chegando em casa, os meus três irmãos estavam lá. Eles me olharam e começaram a rir de mim. Acho que a marca do soco daquela delicinha está começando a aparecer. – Eita, cara, o que houve aí? Deu de cara na porta de novo? Hahaha! – Hahaha, muito engraçado! Que nada, cara, isso aqui é a marca de uma gata selvagem. – Acho que você tá variando, cara. Gatas arranham, e isso aí está longe de ser um arranhão. – Então... o que quero dizer é que era uma gatinha de duas pernas, assim, pequena, sabe? Não passa de 1,60, tenho certeza. Cabelo preto brilhante, corpo escultural e olhos brancos como o gelo. E nossa, ela é pequena, mas o soco dela é forte. Uma mini vampirinha! Os meus irmãos ficaram parados por um tempo, me olhando e me enchendo o saco, dizendo que passei da idade para fantasiar com colegiais e que lá provavelmente não teria uma menina tão gata assim, além de que ela provavelmente também era menor de idade. Eu também jamais a veria novamente, mas ela iria estar nos meus sonhos durante muito tempo, tenho certeza disso. Sempre que eu pensava naquele corpo, eu sentia uma excitação fora de série.