Harper Ward
Acordei com a sensação clara de que o mundo tinha combinado para me sabotar.
Não que eu estivesse atrasada, já que tecnicamente, não tinha absolutamente nada para fazer além de sobreviver ao humor matinal de adolescentes malditamente perspicazes, e sim porque o silêncio da casa já tinha sido substituído por uma movimentação barulhenta que meu cérebro fez questão de amplificar.
Ou talvez fossem as margueritas que tomei durante a sessão de tortura de perfurações.
Vozes, passos apressados, louça batendo, tudo parecia estar dentro da minha cabeça.
Quando desci, a cena na sala de café da manhã era quase cinematográfica: todos à mesa, já devidamente alimentados, enquanto eu parecia a figurante atrasada de um filme de família perfeita. Exceto que o meu cabelo estava mais para uma eletrocussão, e as roupas passavam longe de serem adequadas.
Deus, eu preciso de roupas novas.
— Bom dia — murmurei, ajeitando a camiseta amarrotada. — Sinto que perdi um capítulo inteiro. Vai ter um