Chase Harrison
Olhei no relógio, por, provavelmente, a quinta vez. Não por ansiedade, longe disso.
Acabar com a noite o mais rápido possível e pular uma janela para ter a conversa mais difícil do dia fora o motivo a me manter, não apenas aéreo, como ansioso para dar o que o velho Harrison queria, e encerrar a noite.
O ponteiro marcava cada segundo como um tapa na cara. Sessenta minutos de atraso. Uma hora exata. Para um homem como eu, que vivia em torno de horários, agendas e compromissos inadiáveis, aquilo era uma provocação.
— Ansioso pela moça? — ouvi a voz do meu avô, grave, arrastada. Interpretando errado o meu estado de impaciência, por ele, e por toda a merda ao redor.
Virei o rosto lentamente, encontrando o olhar dele, que brilhava com aquele humor maldito, quase zombeteiro.
— Ansioso? — repeti. — Não. Estou indignado. Uma hora exata de atraso, fodidos sessenta minutos, até agora.
Ele ergueu uma sobrancelha, pronto para disparar algum discurso sobre paciência, posição ou as vi