Desejos de Futuro
(Felipe)
Entrei na sala de Heitor sem nem bater, como sempre fiz desde a época em que tudo o que importava era o futebol de fim de semana e as promessas de que mudaríamos o mundo.
Ele estava em videoconferência, focado, gesticulando para algum executivo do outro lado da tela. Ao me ver, fez um leve gesto com a mão, pedindo que esperasse.
Joguei-me no sofá, impaciente, batendo os dedos na coxa e olhando para o teto.
Minha mente fervia.
Aquela sensação de inquietação tomava conta de mim, uma ansiedade boa — e ao mesmo tempo assustadora — que eu não conseguia controlar.
Heitor terminou a reunião e fechou o notebook.
— Fala logo, Castilho. Tá me deixando nervoso só de olhar — brincou, se recostando na cadeira com um sorriso cur