Regras Quebradas
Lívia
O dia começou preguiçoso. Estávamos hospedados na cobertura do hotel mais tradicional da cidade, e mesmo com o relógio marcando quase dez, nenhum de nós dois queria sair da cama. A luz do sol invadia as cortinas claras e aquecia o quarto como se nos incentivasse a continuar descansando. Mas a cabeça, como sempre, já estava a mil.
Deitada de bruços, com a bochecha pressionada contra o travesseiro, olhei para Heitor, que se espreguiçava como um adolescente preguiçoso. O cabelo bagunçado e o peito nu eram uma visão indecente logo cedo — do tipo que dava vontade de cancelar qualquer reunião para ficar só admirando.
— Sabe o que eu tava pensando? — falei com a voz arrastada.
— Que não deveríamos sair dessa cama até a próxima sexta? — ele respondeu de olhos fechados, com um sorriso preguiçoso.
— Também. Mas não era isso. Estava pensando que... eu estou quebrando uma das regras que eu mesma tinha estabelecido.
Ele abriu um dos olhos e virou o rosto em minha dire