Silêncio, Gritos e Feridas Abertas
Lívia
Desde o momento em que as imagens chegaram ao meu celular, permaneci trancada no quarto. As cortinas fechadas, o abajur aceso mesmo durante o dia e a cama desarrumada eram o reflexo exato do meu estado. Não comi. Não dormi. Não falei com ninguém. Apenas chorei. Chorei como se nunca fosse parar.
Cada vez que fechava os olhos, via Heitor... ou o que parecia ser ele. Sorrindo bêbado, com a camisa aberta, dançando descontrolado no bar com Bianca pendurada em seu pescoço. A mesma mulher que ele dizia desprezar. A mesma que dizia não ter mais acesso à vida dele. Tudo mentira? Ou fui só mais uma na longa lista de conquistas de um CEO egocêntrico?
Meu corpo inteiro tremia, mas o que mais doía era a alma. Ouvir os gritos de Cecília ecoando pela casa foi como ter minha dor amplificada em voz alta. Eu não sabia o que exatamente ela estava dizendo, mas dava para entender que ela estava no telefone com ele. E pela raiva na voz da minha amiga, ele mereci