Capítulo 7

Dominique Rodrigues

— Entre — ele se afastou depois de abrir a porta.

Foi o que fiz. Entrei e bati a porta um pouco desajeitada. Não é minha culpa que o imbecil do destino colocou Gael no meu caminho. É demais querer que eu resista a tamanha tentação. Qual é? Sou uma virgem de vinte e dois anos que passou tempo demais recusando sexo. Preciso experimentar, eu quero também sentir mãos masculinas deslizando por minha pele, as mãos desse homem. Quero sentir ele dentro de mim. Perder o controle.

Calma, Dominique! Ele não te convidou para a cama ainda, gata. Quase ri dos meus pensamentos.

— Moro aqui perto. Na rua Margarida — gaguejei um pouco.

O sorriso dele se alargou. De repente a mão dele estava na minha perna e seu corpo se curvou sobre o meu. Tão atrevido! Não preciso ter tanta calma assim. Ele vai me convidar.

— Tem certeza de que quer ir para a sua casa? — sussurrou no meu ouvido antes de beijar suavemente o meu pescoço. Não estávamos na empresa, tudo era permitido. Ou não?

Está vendo? Me convidou. Eu estava discutindo comigo mesma. Era só o que faltava!

Certeza? Não tinha mais nem certeza do meu nome.

O tesão se misturava com a minha leve embriaguez.

— Hum? — foi a única coisa que consegui pronunciar.

— Nos leve para a minha casa — o ouvi dizer ao motorista. Ele entendeu a minha resposta como um sim a uma proposta subliminar.

Só olhei para ele com expectativa e medo. Estava mesmo acontecendo.

— Relaxa!

Ele segurou a minha mão e entrelaçou nossos dedos. A atitude me ajudou a relaxar um pouco, mas só até o motorista passar pelo portão de uma luxuosa casa em um bairro onde nunca pisei.

Depois de descer do carro, vi o motorista partindo e tive vontade de correr atrás, mas Gael novamente entrelaçou nossos dedos me fazendo crer que esse ato sempre me convenceria ao que ele quisesse.

Entramos na casa e tudo que consegui foi ficar admirada com tudo. Quase não ouvia o que ele dizia. A casa era um sobrado e estávamos em uma sala moderna que se não fosse pelo tapete, a mesa de centro e o sofá de canto, estaria vazia. Em um lado da sala havia uma escada onde os degraus pareciam livros clássicos em uma prateleira. Era uma casa daquelas que se vê em fotos e fica sonhando em poder morar nelas.

— Espero que não seja daquelas pessoas que precisam de TV para respirar, pois não tenho nenhuma — finalmente o ouvi dizer algo. — Odeio TV. Acho que as pessoas ficam alienadas sonhando com a vida de pessoas que nunca serão quando poderiam criar seus próprios sonhos.

— Não ligo — respondi meio sem jeito. Me acostumei a sempre estar em lugares onde a TV era compartilhada, então não era algo que me faria falta.

— Eu vou tomar um banho. Tem um banheiro no quarto de hóspedes, se quiser — ele tirou o terno e começou a desabotoar os botões da camisa branca. — Ou pode tomar banho comigo. — Seu sorriso de canto era o mais cafajeste que já vi.

Ao ver ele terminar de desabotoar os botões e me convidar para um banho, virei as costas automaticamente.

— Onde fica o quarto de hóspedes?

Sua risada foi sonora. Ele devia estar rindo da minha atitude idiota, pois qual seria o motivo para eu estar em sua casa além de sexo?

— O meu quarto fica no fim do corredor no segundo andar e o de hóspedes é a primeira porta que encontra ao findar as escadas.

Me assustei quando suas mãos rodearam minha cintura, por trás. O seu perfume amadeirado parecia me embriagar ainda mais.

— Relaxe! Hoje seremos apenas Gael e Mini — sussurrou perto da minha orelha.

— Mini? — questionei sentindo meu corpo amolecer nos braços dele.

— Você é tão pequena! Decidi te chamar assim; Mini — respondeu se afastando um pouco bruscamente. — Não demoro. Fique à vontade.

Eu não sou pequena coisa nenhuma. Tenho quase 1,60. Não é minha culpa que ele seja um gigante. Deve ter dois metros, no mínimo.

Esperei vários segundos até ter certeza de que ele já estava longe, antes de me virar e começar a subir as escadas.

O quarto de hospedes era como um daqueles quartos de hotéis luxuosos que vemos em filmes. Deixei minha bolsa em cima da cama de casal e comecei a tirar a roupa enquanto travava uma batalha em minha cabeça. Era uma luta mortal entre consciência e desejo. Por fim, o desejo venceu. Eu tinha consciência de que a oportunidade de perder a minha virgindade com alguém como Gael era algo praticamente surreal e decidi que seguiria adiante. Quem me garantiria que apareceria um príncipe encantado e romântico para ser o meu primeiro? O melhor seria mesmo atender ao desejo do meu corpo. Afinal, não tenho interesse em me tornar uma freira e nem acredito em príncipe encantado. Só era virgem porque ninguém nunca me despertou como Gael, e porque estive muito ocupada estudando e trabalhando loucamente.

Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP
Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP