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Minha casa em Munique agora já não era mais o meu "esconderijo". Angelika, como era de se esperar, foi se deixando ficar noite após noite e eu fui me afeiçoando à sua companhia, que em poucos meses se tornou indispensável. Talvez eu sentisse falta de uma amiga, uma confidente que me ouvisse e a quem eu pudesse ouvir. Talvez fosse uma espécie de instinto maternal que ela despertava em mim, com sua ingenuidade e dependência...

De início, Angi estava com os ânimos frágeis devido a tudo que passara já há dois anos: o homem em que mais confiava de repente lhe trouxera uma maldição, de donzela indefesa passara a predadora noturna, tivera de tomar as rédeas da casa e cuidar do pai, que agora era insano e, quando estava aprendendo a lidar com a situação, é submetida à terrível cena da morte de seu progenitor e à culpa de ter extermina

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