VIII

Ainda hoje, mal consigo lembrar-me do caminho de volta a Gödöllő. Lembro-me de ter tomado um banho muito demorado no palácio e de Andrássy ter me trazido um jovem muito simpático para que eu me alimentasse. Aquela foi a primeira vez que me deitei com um mortal.

Passei várias noites perdida em meus pensamentos, buscando a solidão como uma planta busca a luz. Em uma delas, porém, deparei-me, logo ao despertar, com uma carta de Otto sobre minha escrivaninha. Meu estômago se comprimiu dolorosamente: eu não precisava abrir para saber do que se tratava.

Segurei-a na mão por longos momentos, examinando cada detalhe do selo, cada traço da fina caligrafia, como se aquilo pudesse me mostrar, de uma maneira mais eufêmica, como o remetente estaria se sentindo. Não tive coragem de abri-la naquela noite.

Quando acordei na seguinte, porém, a carta parecia me encarar desafiadorame

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