O apartamento de Kauan estava mergulhado num clima de urgĂȘncia abafada. A luz azul da tela do notebook era a Ășnica iluminação no cĂŽmodo, refletindo no rosto tenso de Melina, que mantinha os olhos cravados na imagem congelada: o sĂmbolo costurado no casaco do homem que invadira seu lar. Uma serpente em formato circular, mordendo a prĂłpria cauda. Ouroboros. Mas havia algo mais. Letras, pequenas, quase ilegĂveis, atravessando o corpo do animal como cicatrizes.
â Isso nĂŁo Ă© sĂł um sĂmbolo filosĂłfico â murmurou Kauan, inclinando-se sobre o teclado. â Estou vasculhando fĂłruns da deep web, grupos de criptografia antiga, bancos de dados de ocultismo... Essa variante da serpente nĂŁo Ă© comum.
â Mas vocĂȘ jĂĄ viu antes?
â Vi algo parecido numa investigação antiga, quando um hacker tentou invadir uma base de dados judicial. O cara desapareceu dias depois. Diziam que era coisa de grupo secreto, vigilantes. Outros falam que sĂŁo mercenĂĄrios pagos pra destruir reputaçÔes.
Melina se recostou no sofĂĄ, os