O amanhecer pintava o céu de cinza quando Melina acordou.
Ou melhor — quando se arrastou para fora da cama depois de poucas horas de um sono inquieto.
As imagens da noite anterior ainda se misturavam em sua mente: o bilhete no espelho, o carro seguindo-a, a foto tirada de sua janela.
E a sensação sufocante de que estava sempre um passo atrás do perigo.Ligou a cafeteira, esperando que o cheiro forte de café mascarasse a exaustão.
Foi então que tomou uma decisão.
Não podia mais depender apenas de Miguel.
Precisava de outra pessoa.
Alguém de confiança.Puxou o celular e, sem pensar muito, digitou uma mensagem:
"Kauan, precisa me ajudar. É sério."
Não demorou um minuto para ele responder:
"Onde você está?"
"Em casa. Pode vir?"
"A caminho."