O quarto ainda carregava o calor do que haviam feito. Melina estava deitada de lado, com os olhos abertos, observando as sombras que a madrugada projetava no teto. O corpo de Kauan ainda colado ao seu, o ritmo da respiração dele aos poucos voltando ao normal. O silĂȘncio entre eles nĂŁo era desconfortĂĄvel. Era cheio.
â Isso foi... â ele começou, mas parou. O toque dos dedos dela ainda em sua pele.
â NĂŁo diz nada â sussurrou Melina. â NĂŁo agora.
Ela nĂŁo queria rotular o momento. Nem romantizĂĄ-lo. Era verdade que desejava Kauan hĂĄ muito tempo, mas agora havia mais â desejo, raiva, sede de justiça, e um medo crescente do que estava por vir.
â Tudo bem â ele respondeu. â Mas a gente precisa conversar. Principalmente agora.
Melina se sentou na cama, puxando o lençol contra o peito.
â O celular da Amanda. As mensagens apagadas. A ligação com a firma de Miguel... Eu me recuso a acreditar que ela fez isso sozinha.
Kauan também se sentou, passando a mão pelos cabelos.
â Nem poderia. A Amanda nunc