Se o consultório da Dra. Lúcia tinha cheiro de esperança, o escritório do Dr. Vicente, seu tio, tinha cheiro de segurança. Não era aquele aroma frio e opressor dos grandes escritórios de advocacia da cidade; era um espaço acolhedor, mas incrivelmente sóbrio, com uma vista serena para uma praça verde. O silêncio ali não era de tensão, mas de concentração.
Emma sentou-se ao meu lado na pequena sala de reuniões, a mão firmemente na minha. Mia esperava na antessala, rezando, provavelmente.
Dr. Vicente era a versão mais séria de Antônio: calmo, observador, e com uma aura de competência que me tranquilizava imediatamente. Ele me ofereceu água e, sem pressa, pediu que eu contasse tudo, "do início ao fim, com todos os detalhes que pareçam insignificantes."
Respirei fundo, sentindo o peso da história na garganta.
— Dr. Vicente, eu me mudei para Laguna para recomeçar. Meu relacionamento com Lucas, o pai biológico da minha filha, Maya, terminou de forma irremediável. tivemos uma noite e depois d