A vida de Lucas na cidade havia se transformado em um inferno silencioso. O apartamento que ele dividia com Luiza, antes um refúgio da solidão, agora parecia uma jaula. A ausência de Lara não era um vazio; era uma ferida aberta que Luiza cobria com um curativo sujo de exigências e manipulação.
No trabalho, Lucas era uma sombra do executivo brilhante que costumava ser. Sua mesa estava cheia de papéis, mas sua mente estava em Laguna. Ele se pegava encarando o mapa no celular, traçando rotas que nunca faria, imaginando a casa simples onde Lara estava recomeçando.
As reuniões eram um tormento. Ele era impaciente, distribuía ordens curtas e perdia o foco com facilidade. Os sócios notavam, os funcionários temiam. Ele compensava a dor com mais horas, mais trabalho, mas isso só o deixava mais esgotado.
O arrependimento era um fardo físico. A cada decisão errada no trabalho, ele pensava: Lara teria me avisado. Ele lembrava de como a honestidade dela era a bússola que ele desprezou. Ele havia t