Luiza entrou no apartamento que agora dividia com Lucas, a porta fechada com um estrondo silencioso, carregando a fúria da humilhação. A visão de Lucas estava exatamente como ela esperava e desejava: sentado no sofá da sala escura, com uma garrafa de uísque quase vazia e um copo na mão. O cheiro de álcool e desespero pairava no ar.
— Onde você estava? – ele perguntou, a voz arrastada e pesada, sem erguer os olhos.
— Eu estava resolvendo "assuntos de trabalho", como sempre, Lucas – Luiza respondeu, jogando a bolsa sobre uma poltrona. Ela não tirou o casaco; a cena precisava ser rápida e dramática. – E você? Pelo jeito que está, imagino que estava visitando o seu passado.
Lucas ergueu os olhos vermelhos, cheios de culpa e bebida.
— Eu fui até a casa de Lara. Eu precisava vê-la, precisava que ela me ouvisse... – ele fez uma pausa, soltando uma risada seca e amarga. – E sabe o que consegui? Fui expulso. Ela está indo embora de vez. Está fugindo para Laguna.
O coração de Luiza deu um salto