Ana saiu do banho vestida em seu roupão rosa bebê. Seguiu pensativa em direção ao closet. Estava ali apenas de corpo e alma, seus pensamentos estavam presos no que aconteceu há pouco na sua galeria com o esposo. A sensação ainda parecia estar ao vivo.
Tanto que fez tudo no automático: retirou o roupão, vestiu a lingerie — ignorando o uso do sutiã —, em seguida passou o creme pelo corpo, e vestiu um baby doll. Fez tudo pensando no que aconteceu e no que poderia ter acontecido.
Será que, se Débora não tivesse aparecido ali naquele momento, teriam chegado longe? — pensou Ana.
Após passar seu perfume preferido, Ana saiu do closet, seguindo na direção da varanda. A cidade de São Francisco cintilava sob o céu noturno, com suas luzes espalhadas pelas colinas como estrelas caídas. O vento não estava gélido, era aconchegante, como veludo acariciando a pele. O vento trazia o cheiro do mar e o som distante dos bondes. Daquele ponto, Ana via a ponte recortando o escuro, firme e brilhante, como se