Bodão abriu o porta-malas do carro e dois homens aproximaram-se para tirar algumas bolsas de lá. Eram três no total, e todas elas estavam cheias de dinheiro. Matheus continuava parado onde estava, encarando Carlos.
— Está tudo aí — disse Bodão.
Carlos sorriu.
— É claro que está, caso contrário, perderia a cabeça. — Riu, cheio de humor.
Bodão olhou de soslaio para Matheus, que abaixou o rosto guardando as mãos no bolso.
— Então é isso. Até semana que vem — despediu Carlos, entrando no seu carro.
— Vamos embora — chamou por Matheus.
Ele entrou no carro, ainda se sentindo tenso. Não entendia a necessidade de estar ali, queria perguntar o motivo de Caio ter o levado. Ainda estava chocado que não fosse ele a cabeça no topo daquela pirâmide. Já fazia quatro anos que cuidava da contabilidade no tráfico do morro da Rocinha e nunca, nunca na vida imaginou que outro alguém fosse o seu chefe no fim das contas.
Olhou para o homem ao lado e o encarou em silêncio. Perguntou para si mesmo se ele sab