Maximiliano olhava para Coral, furiosa, e isso lhe causava um prazer inexplicável. Ver ela assim, com aquela mistura de ciúmes e raiva, o preenchia com uma estranha alegria que não conseguia controlar. Sorriu enquanto se aproximava lentamente dela, ignorando completamente a expressão de raiva desenhada em seu rosto.
—Fale claro, gatinho, agora mesmo, ou isso que acabou de começar entre nós se quebra aqui e agora! —o ameaçou Coral, elevando a voz com fúria. —Você está com ciúmes, Thea mu? —perguntou Maximiliano com um sorriso provocador. —Quem está com ciúmes? O que não gosto é que me enganem! —respondeu ela, segurando seu olhar com desafio. Maximiliano continuou se aproximando dela, sem apagar o sorriso do rosto e mantendo os olhos fixos nos de Coral. A achava preciosa, mesmo naquele estado t&atildNa casa do doutor Rossi, o ambiente era alegre e festivo; todos riam e desfrutavam da companhia. Cristal, atenta como sempre, se ofereceu para buscar o chá que Elvira havia sugerido para Gerônimo. Enquanto se dirigia à cozinha, de repente sentiu uma mão forte que a agarrou com brusquidão, puxando-a sem dar-lhe tempo de reagir. Ela tentou se soltar, mas o aperto era firme demais. Ao virar para ver quem era, seus olhos se encontraram com os de sua sogra, Rosa, que, sem dizer uma única palavra, a arrastou sem escrúpulos até o estufa. Ao chegar, ela a soltou com tanta força que Cristal deu um pequeno passo em falso, recuperando rapidamente o equilíbrio.—O que você está fazendo aqui, sem vergonha? —perguntou Rosa, com os olhos avermelhados de fúria e seu tom mostrando um desprezo que preenchia sua voz. Cristal manteve a calma, embora seu peito estivesse ardendo de indign
Cristal inspecionava mais uma vez a prova de paternidade que sua sogra, Rosa, lhe havia entregue. As lágrimas se acumulavam em seus olhos, mas ela as afastava com um brusco movimento da mão. Não, não iria cair tão facilmente. Isso deveria ser mais uma das artimanhas daquela mulher terrível que, infelizmente, era sua sogra, repetia em sua mente. A voz de Oliver, que havia observado tudo de um canto do viveiro, a tirou de sua contemplação.— Não acredite — disse ele com um tom firme.Cristal deu um pequeno salto, assustada, deixando a folha cair no chão. Girou-se lentamente enquanto continuava a se limpar o rosto, até ficar de frente para o designer Oliver. Ele se agachou, pegou a folha e a leu sem pressa.— Não faça caso a nada do que ela te diz — declarou com determinação. — Confie em Gerônimo.— Mas aqui diz clarament
O ambiente, carregado de tensões apenas latentes, ficou em pausa, como se todos estivessem esperando o próximo movimento. Mas, naquele momento exato, era evidente que o único que importava para Cristal e Gerônimo era a proximidade de seus olhares. Ninguém mais existia na varanda: nem Rosa, nem suas intrigas veladas. Ali estavam eles, unidos, sólidos, formando uma frente que parecia inquebrantável.— Não é nada, querido, só me preocupei um pouco. Oli, quero que faça o vestido de noiva mais espetacular que você puder para nosso casamento na igreja —disse Gerônimo de repente, elevando a voz.— Amor! —exclamou Cristal emocionada, observando como Rosa se aproximava e perguntava: — Que casamento, Gerônimo?— O casamento deles, Rosa! —respondeu a voz de Giovanni—. E não se preocupe, Gerônimo, eu bancarei todas as despesas.
Por outro lado, a senhora Stavri chamou seu filho Maximiliano com urgência, pois o bebê, depois de banho, começou a ficar azul, não conseguia respirar bem e não parava de tossir. A voz trêmula de sua mãe alarmou imediatamente Maximiliano, que saiu apressado em direção à casa acompanhado de Coral.— O que ele tem, mamãe? —perguntou, claramente angustiado ao entrar e encontrá-la abraçando o pequeno.— Eu não sei, filho. Apenas o banhei e então ele começou a tossir assim —respondeu Stavri enquanto embalamava a criança em seus braços, sem conseguir ocultar seu medo—. Ele está se afogando… precisamos levá-lo ao médico.Maximiliano passou as mãos nos cabelos em um gesto de frustração ao olhar pela janela, consciente da perigosa situação que os cercava.&mda
O burburinho em frente ao luxuoso hotel dividia-se entre murmúrios, risos e exclamações, mas nada, absolutamente nada, podia competir com a imagem de uma mulher vestida de noiva a correr descalça, com as saias do seu vestido enroladas nas mãos. O seu longo véu voava no ar enquanto ela virava a cabeça para trás para ver se estava a ser perseguida, enquanto a sua mente lhe repetia uma e outra vez que devia escapar, devia fugir agora ou não iria conseguir! —Pára, amor! Pára…! Vou contigo, amor, vou contigo…! —gritou com todas as suas forças. As suas palavras cortaram o ar como um impacto direto no peito de qualquer pessoa que a ouvisse. Era um grito de socorro, um apelo que parecia conter toda a força de quem tenta salvar a sua vida ou... recuperar algo que não quer perder. —Não me deixes…! Não me deixes…! Não me casarei com outro que não sejas tu…! —gritou novamente, rompendo a monotonia do lugar—. Amo-te! Amo-te! Espera por mim! A multidão, que a princípio mal prestou atenção,
A claridade da janela faz com que abra os olhos. Está sozinho no hotel que reservaram no dia anterior para a celebração da sua graduação, sem saber como regressaram nem a que horas. —Raios! Por que tive de beber tanto ontem? A minha cabeça está a matar-me —diz, enquanto procura na mala por um analgésico. A ressaca é muito forte, mal se lembra de nada. Após tomar o comprimido, dirige-se à casa de banho e entra no duche, deixando que a água bem fria o ajude a despertar. Passado algum tempo sente-se um pouco melhor. Sai e começa a preparar-se para fazer a barba, quando algo no seu dedo chama a sua atenção. Sim, é um anel de casamento. E as imagens da mulher mais bonita que viu na sua vida a dizer-lhe “Sim, aceito”, numa cerimónia de casamento, chegam à sua mente. —Com quem raio me casei?! —pergunta desesperado, gritando a plenos pulmões enquanto sai a correr da casa de banho. Procura respostas enquanto revira a cama, só para garantir, mas não, não há ninguém nela. Sai disparado pel
O peso do vestido é a primeira coisa que sente antes de abrir os olhos. A seda roça a sua pele e o corpete aperta-lhe a cintura. Não precisa olhar para saber que ainda o está a usar. O seu corpo está rígido, como se o tecido fosse uma prisão que lhe nega o fôlego. A cabeça parece prestes a explodir, tamanha é a dor intensa que parece impossível de suportar. Abre os olhos e a claridade faz com que os feche de imediato, soltando um leve gemido. Tenta novamente, desta vez com mais calma, até que a sua visão começa a clarear. Olha à sua volta e reconhece o lugar de imediato: o seu pequeno apartamento número dois. Esse refúgio secreto que o seu irmão lhe comprou há tempos, para aqueles momentos em que tudo desmoronasse e precisasse desaparecer. Como é que vim parar aqui? A pergunta ecoa na sua mente confusa enquanto tenta reorganizar as suas últimas memórias. Senta-se na beira da cama, com a cabeça entre as mãos, tentando encontrar algum alívio. —Meu Deus, como dói a minha cabeça! —e
Cristal leva uma mão à boca, lutando para controlar o tremor que ameaça denunciá-la. Introduzi-lo na minha família? A sua mente tenta processar o que ouve enquanto o diálogo avança cada vez mais descarado. —Foi uma sorte descobrires que ela era sobrinha do chefe daquela organização em Roma —continua Jarret com tom triunfal—. Percebeste? Eles têm um grande território, Estela. É exatamente o que preciso para me consolidar! —Sérgio, se o teu pai descobrir isto, vai voltar a castigar-te —adverte Helen com doçura, como se quisesse protegê-lo de si mesmo—. Não te lembras do que ele te fez da última vez que cometeste uma loucura por outra rapariga? Não te basta ficarmos juntos? —Não me importa o que ele me fez! —rosna Jarret, já sem um pingo de controlo—. Todos eles mereceram! Rejeitar-me, a mim?! A mim?! Sabes quem eu sou? Não quero saber do que dizem ou pensam. Cristal sentia que o chão se desfazia debaixo dos seus pés. Cada palavra que saía da boca de Jarret era como uma faca a cr