164. LUCIANO
No escritório, o eco dos golpes e os súplicas de Luciano se misturavam com o tique-taque do velho relógio de parede. A atmosfera estava carregada de desespero e o medo entrelaçava os pensamentos de cada um dos presentes.
—Eu não tenho medo do Gerônimo! —gritou Luciano do chão, fazendo com que seu pai parasse e o fizesse furioso.
—Não? E por que você se molhava nas calças quando era criança toda vez que o via? —perguntou em tom zombeteiro.
—Isso era quando eu era uma criança, pai! Agora eu sou um homem! —defendeu-se Luciano.
—Você realmente tinha medo naquela época, e sempre teve. Acredite, você tem motivos para ter medo —disse com frieza—. Porque quando você menos pensar, uma bala pode atravessar sua testa. Esse Garibaldi é igual ao avô dele. Embora tenha estado apenas brincando e se divertindo com mulheres, não pense que ele é frouxo. Todo mundo sabe que ele nasceu com uma mão de ouro. Você sabe o que isso significa?
—Não entendo, por que você diz isso? —perguntou Luciano com interes