CAPÍTULO 62 Desirée

Antes que eu possa protestar, ele segura meu pulso, virando minha mão com força suficiente para me fazer sentir a pulsação que corre sob minha pele. Seus dedos deslizam sobre minha veia, a pressão leve, mas sua intenção é cortante como uma lâmina.

— Aqui corre sangue 'Ndrangheta. — Sua voz é um sussurro afiado, mas ainda assim reverbera como um trovão na sala.

Em um movimento rápido, ele vira o próprio pulso, exibindo a pele marcada por sua linhagem, como se fosse uma prova irrefutável.

— Aqui corre sangue Cosa Nostra. — Ele me encara, os olhos queimando com uma intensidade quase insuportável. — Então, apenas aceite sua realidade.

Minha garganta se fecha, uma mistura de raiva e impotência se acumulando dentro de mim, mas não consigo encontrar as palavras. Não há como refutar o que ele diz, não há como fugir da verdade que ele esfrega na minha cara.

Meu corpo treme de fúria enquanto me liberto do aperto dele, afastando-me com passos firmes, mas vacilantes.

— A única coisa que eu aceito
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