Olhei na direção dele, finalmente e a sensação foi de que meu corpo queimava por dentro, como se o sangue tivesse sido fervido, eletrocutando-me por cada veia que passava.
— Ok, se precisarem de alguma coisa, podem me chamar. Fiquem à vontade.
Virei as costas e senti a mão dele, forte, me puxando de volta. Não me desvencilhei do toque de seus dedos no meu pulso.
— Liah, é possível pagar para ter você comigo, à mesa?
Enruguei a testa, confusa. Precisava ser perspicaz no que responder. Ficamos nos olhando por um tempo, até que eu disse:
— Não precisa pagar pela minha companhia, Chain. Posso fazer isso, de bom grado, sem ganhar nada em troca.
— Agora?
— Eu... Agora estou trabalhando.
— Por isso eu pago... Estou disposto a pagar, para que ninguém saia no prejuízo.
Olhei para Tiago, que se remexeu confortavelmente no sofá, com um meio sorriso irônico na minha direção.
— Eu... Acho que posso ficar aqui. Aguarde um minuto.
Fui até minha avó, que estava sentada numa mesa com alguns clientes.