ELA TRABALHA NUM BORDEL, MAS NÃO É UMA PROSTITUTA. ELE É UM CEO MULTIMILIONÁRIO E ARROGANTE, QUE SE ACHA DONO DO MUNDO. ELA MORA NUM HOTEL QUE É A VIDA DA SUA FAMÍLIA. ELE PRECISA RETIRÁ-LAS DA PROPRIEDADE. ELA LHE DEU UMA CHANCE. ELE MENTIU. ELA SE VENDEU EM NOME DA FAMÍLIA. ELE A COMPROU EM NOME DE VINGANÇA. A VIDA DE MERLIAH SMITH E CHAIN ARCHAMBAULT CHALAMET SE CRUZA NUMA SIMPLES LEITURA DE MÃOS, NUM PARQUE DE DIVERSÕES. MAL ELE SABIA QUE A GAROTA VIGARISTA E TRAPACEIRA ACERTARA EM CHEIO SEU DESTINO. CHAIN NÃO SABIA NADA SOBRE O HOTEL CALIFÓRNIA. ATÉ ENTENDER QUE: QUALQUER PESSOA PODE ENTRAR E ESCOLHER UM QUARTO... MAS NEM TODAS PODEM SUBIR AO ÚLTIMO ANDAR, DEPOIS DAS DOZE BADALADAS DO RELÓGIO. VOCÊ POSSUI A SENHA? SE SIM, PEGUE O ELEVADOR E TENHA UMA BOA ESTADIA. OFERECEMOS PRAZER GARANTIDO OU SEU DINHEIRO DE VOLTA. SE NÃO, PROCURE DESCOBRIR, PARA NÃO FICAR DE FORA DESTA ORGIA. VOCÊ PODE FAZER CHECK-IN QUANDO QUISER. MAS JAMAIS QUERERÁ FAZER O CHECK-OUT. Livro não indicado para menores de dezoito anos, por conter descrição de sexo, violência, menção à drogas lícitas e ilícitas. CAPA FEITA POR: LARISSA MATOS
Leer másNORIAH NORTE, 22 ANOS ANTES.
Assim que o movimento enfraqueceu, pedi para minha chefe:
— Senhora Miranda, não me sinto bem. Será que eu poderia sair um pouco mais cedo hoje?
A mulher, com cara de poucos amigos, olhou no relógio e disse, secamente:
— Vou descontar estes quinze minutos do seu salário.
— Ok — aceitei.
Peguei minha bolsa e senti-me enjoada novamente. E sabia que um pouco era pela forma como ela havia me tratado. Não bastava ser rica, tinha que ser também uma pessoa cruel e sem coração.
Além de não estar realmente nos meus melhores dias, tinha que passar no laboratório para retirar o exame antes que fechasse as portas. Sim, porque meu horário de trabalho não coincidia com o deles, então o simples fato de retirar um papel era algo extremamente difícil. E não, eu não tinha ninguém que pudesse fazer aquilo por mim.
Assim que saí na rua, senti o cheiro de escapamentos de carros, o trânsito congestionado, o vai e vem de pessoas de um lado para o outro e incrivelmente aquilo fez-me sentir melhor do que dentro do meu local de trabalho.
Andei rapidamente, enquanto olhava os ponteiros do relógio indo mais rápido do que eu esperava.
Senti uma mão firme segurar meu braço, de forma tão brusca que quase caí.
Olhei o homem baixo, bem vestido e não lembrei de ter tido contato com ele antes em algum momento de minha vida.
Fixei o olhar no braço, que o homem seguia apertando.
— Precisamos conversar — a voz foi gélida e tão firme quanto os dedos dele na minha pele.
— O senhor... Deve estar me confundindo com alguém — andei um passo para o lado, quase encostando na fachada de um prédio, puxando meu braço do toque nada gentil dele.
— Não estou confundindo você com outra pessoa, “Candy” — o meu nome soou de forma debochada, reiterado com o sorriso de desdém dos lábios dele.
— De onde... Me conhece? O que quer comigo?
— Podemos tomar um café? Eu pago.
— Não — falei amedrontada.
— Seria melhor falarmos num lugar mais reservado.
— Não... — minha voz soou mais fraca e olhei para os lados, pensando se era possível fugir dali.
— Não quero ser violento com você, Candy.
— O que... Eu fiz?
Certamente o homem estava me confundindo com alguém. Eu era morena, magra, olhos escuros... Um tipo comum. Respirei fundo e sorri:
— Não sou quem o senhor está pensando, eu garanto. Deve haver um mal-entendido aqui.
— Candy Smith... Trabalha na loja de tecidos na esquina da quinta com a sexta avenida. A “doce” proprietária se chama Miranda Collor. Ah... Você mora num quarto fedido e nojento, que chama de “casa”.
— Eu...
— Venha comigo agora!
Eu poderia dizer não. Mas tive medo. Como aquela pessoa que eu nunca vi sabia tanto sobre mim?
Ele saiu andando e eu o acompanhei, mesmo sabendo que sair correndo era a melhor coisa a fazer. Entramos numa cafeteria antiga e barata, que tinha como principal clientela os trabalhadores das redondezas.
O homem, vestido com roupas caras e de grife, sentou-se e empurrou uma cadeira com o pé, para que eu fizesse o mesmo.
Sentei e já comecei a sentir meu estômago embrulhar com o cheiro de fritura do local.
— Candy, vou direto ao ponto. Você está envolvida com meu filho e quero que isso acabe.
O olhei, incrédula:
— Você é o pai de...
— Sim, sou o pai dele. Você não é nada para o meu filho. Exijo que termine logo a porra que vocês começaram por bem ou farei de uma forma que certamente você não vai gostar.
— Nós... Nos amamos. Ele nunca sequer mencionou sobre a família.
— Ele é de uma família tradicional e rica. E mulheres como você não estão à altura de homens como nós.
Levantei. Eu não precisava ouvir aquilo:
— O senhor é repugnante. Mande seu filho acabar comigo... Porque eu não vou fazer isso.
— Candy, Candy... Não seja ingênua. Sabe que não tem onde cair morta, literalmente... Nem viva você tem onde cair.
Senti as lágrimas invadirem meus olhos e uma dor incontrolável dentro de mim. Passei por muitas coisas horríveis na vida, mas jamais fui tão humilhada da forma como estava sendo.
Saí correndo, sem olhar para trás. A visão estava turva por conta das lágrimas. Tinha somente cinco minutos para chegar no laboratório, que ficava na outra quadra. E se não bastasse, começou a chover.
Atravessei a rua entre os carros que não paravam para os pedestres, pondo minha vida em risco. Cheguei em frente ao laboratório exatamente às 18 horas. Estavam fechando a porta, mas creio que ao avistarem minha cara de desespero e o estado deplorável que me encontrava por conta da chuva, me deixaram entrar.
— Obrigada... — falei, sem sair de onde estava, próximo da porta, não querendo sujar o local. — Eu vim buscar um exame.
A mulher sorriu:
— Candy Smith?
— Sim, sou eu... — retribui o sorriso, confusa.
Agora todo mundo sabia quem eu era? Fiquei com medo novamente. Ela procurou entre os papéis e entregou-me:
— Seu nome é diferente. E bonito. Ficou na minha cabeça.
Eu sorri gentilmente, me tranquilizando:
— Obrigada... O nome é tão criativo quanto minha mãe.
O estrondo de um trovão me fez dar um salto:
— Obrigada... Muito obrigada.
Fui saindo, sabendo exatamente o quanto era horrível estar fechando o estabelecimento, vendo o descanso na sua frente quando chegava um cliente a um minuto de o horário encerrar.
Não consegui esperar chegar em casa. Abri o papel e li o resultado, claro como água: POSITIVO.
Agora sim eu chorei... E se fosse uma hora antes de aquele homem cruzar meu caminho, estaria feliz da vida sabendo que estava grávida. Mas agora já não tinha certeza. Por que o amor da minha vida mentiu-me? Teria ficado com medo de eu estar com ele por interesse, caso fosse rico? E se ele realmente tinha posses, como o dito “pai” falara, por qual motivo fingia ser pobre?
Eu estava sentada no sofá, de frente para o mar. O sol fraco da manhã batia no meu rosto, encoberto por um enorme óculos de sol branco, de marca cara e famosa, que contrastava com meus cabelos escuros e curtos. O batom avermelhado combinava com o maiô branco e o quimono branco com desenhos de rosas vermelho-alaranjadas.Bebi um gole do leite, seguindo o meu desenho, amparando a prancheta numa das pernas, enquanto a outra abrigava a cabeça de Chain, que usava somente uma bermuda branca, a parte superior completamente nua.Entre um rabisco e outro, eu virava a folha, não satisfeita com o que produzia. Tentava fazer com exatidão o que vinha à minha mente, mas não saía como o esperado. Numa das vezes arranquei a folha com raiva, amassando e sem querer virando o leite do copo, que espalhou-se sobre o sofá.Levantei imediatamente, quase deixando Chain cair:- Virei... O leite.Chain sorriu e me olhou:- Não deveria ser uma Margarita?Comecei a rir:- Ainda lembra daquilo?- Exatamente cada
- Você só pode estar de brincadeira, pai! – Senti minhas bochechas queimarem.- Oi... Sogro! – Chain passou a mão nos cabelos, aturdido.- Eu... Queria muito usar o banheiro. – Milano disse seriamente.Olhei para a porta do banheiro da frente e estava desocupado. O encarei:- Tinha que ser justo este?- Qual o problema de vocês dois com banheiros? – Ele perguntou, a voz um pouco descontrolada.- Eu não sou mais criança, pai. Chain é meu marido, somos casados e adultos.- Talvez eu seja um pouquinho ciumento porque não passei por esta fase da sua adolescência. Então sinceramente não lido muito bem com Chain a comendo no banheiro.- O banheiro é o de menos, Milano. Eu como sua filha em todos os lugares... – Chain foi debochado.- Deveria ficar mais atento... É a sua festa de inauguração... Precisa dar atenção aos convidados... – Milano tentava encontrar desculpas.Suspirei, resignada e balancei a cabeça:- Você me deixa com vergonha, pai!- Que vergonha, sogro! – Chain balançou a cabeça
- Isso se chama abstinência de Merliah Archambault Chalamet. – Beijou meu ombro, apertando-me contra si.Virei-me de frente para ele e o enlacei pelo pescoço:- Eu estava morrendo de saudade... – Confessei.- Eu também...E sim, havíamos nos visto há pouco tempo atrás e inclusive saímos de casa juntos. Mas desde que chegamos ali, mal conseguimos nos ver.Percebi Mariane vindo, com os olhos fixos no filho, um sorriso tão grandioso que chegou a me arrepiar. Assim que se aproximou, perguntou a Chain:- Posso... Lhe dar um abraço?Afastei-me dele, deixando-a matar a saudade num forte abraço de mãe:- Senti tanto a sua falta.- Nos falamos ontem... – Ele riu, com ela ainda agarrada a ele feito uma criança.- Ainda assim senti sua falta... – Falou sem largar-lhe.Chain aceitou o abraço e assim que ela o soltou veio até mim, abraçando-me:- Liah, você está cada dia mais linda!- Seu filho me faz muito bem. – Brinquei, enquanto tentava desvendar os olhos verde esmeralda de meu marido.Minha m
Enfim havia chegado a grande noite da inauguração da empresa de Chain. Ele havia planejado tanto aquilo e cuidou pessoalmente de cada detalhe que eu estava até nervosa de algo dar errado.Mas pelo jeito tudo daria certo. Praticamente todos os convidados comparecerem e clientes em potencial já começavam a se aproximar de meu marido, ansiosos para conhecer melhor a empresa e o diferencial que Chain trazia.Vez ou outra nossos olhares se cruzavam e sorríamos em cumplicidade um para o outro. Desenhei e produzi um vestido branco para o evento, curto, decote comportado, levemente justo na parte de cima e mais solto a partir do contorno da cintura. E não usei minha botas de guerra marrons. Caprichei no look, combinando com as Jimmy Cho cano alto com sarowsky rosa pink. Se eu chamava a atenção? Não sei se de todos, mas da pessoa que mais me interessava sim: Chain Archambault Chalamet.- Você está linda, Liah! – Ketlin me elogiou, assim que chegou.Analisei-a minuciosamente com o vestido que p
- Sim? – Tentei fazer com que soasse como uma afirmação, mas a dúvida foi tanta que saiu como pergunta.Ela suspirou:- Pensei em algo transparente da região da barriga, mostrando a pele, bem como as costas completamente nuas. Mas na parte de baixo quero pano... Talvez renda – pôs novamente o dedo na boca, indecisa – Quero que meu futuro marido fique louco, excitado...- Na cerimônia de coroação? – Murmurei, desordenada.- Não, no casamento.- Vamos trabalhar no seu vestido de coroação ou casamento?- Por enquanto no de coroação.- E o de casamento depois?- Sim... Se eu gostar do da cerimônia de coroação, podemos pensar juntas no de casamento, depois – ela sorriu.- Eu gostaria de conhece-la um pouquinho melhor, para podermos trabalhar sua roupa de acordo com a personalidade. Quero criar algo que seja a sua cara, entende?- Sim... Eu gostaria muito que fosse assim. Certamente terei que vir outras vezes, não é mesmo?- Sim. – Confirmei, de antemão.- Não quero outros clientes quando e
A inauguração do “Ateliê de moda Liah Chalamet” foi simples. Eu não queria chamar muito a atenção, até porque nem tinha muito tempo sobrando para aceitar tantos pedidos, visto que ainda não havia concluído a faculdade, que ainda me demandava muita atenção.Procurei me organizar com os turnos de manhã e noite para a faculdade e tarde para o Ateliê, sendo que desta forma eu conseguia antecipar um pouco a formatura e ao mesmo tempo realizar meu sonho de produzir minhas próprias peças.Os finais de semana eram sagrados para Chain e eu, com muito parques, tanto naturais quanto de diversões. Embora meu marido não admitisse, acho que ele era completamente vidrado por roda gigante e montanha russa.Já fazia uma semana que o ateliê havia inaugurado e embora fosse bem no centro da cidade, eu não havia recebido nenhuma cliente ainda.- Não fica chateada por não aparecer ninguém? – Ketlin me perguntou, enquanto organizava a vitrine com alguns tecidos importados que eu havia conseguido comprar, be
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