Por Maria Clara (Macla)
O sol estava escaldante naquela tarde, mas o riso de Carlinha fazia qualquer coisa valer a pena. Ela corria na minha frente, os cachinhos balançando enquanto ela brincava de não pisar nas linhas do calçamento. A gente descia o morro tranquilamente, como duas amigas – ou quase mãe e filha, dependendo de como se olhava. Carlinha tinha uma energia contagiante, e estar ao lado dela era como uma pausa nos problemas do mundo.
— Vamos logo, tia Macla! Quero pegar o maior sorvete que eles tiverem! — ela gritou, olhando por cima do ombro.
— Calma aí, princesa, eu só tenho duas pernas! — brinquei, apressando o passo.
Paramos na sorveteria pequena no pé do morro. Era um lugar simples, com cadeiras de plástico e um balcão de vidro exibindo os sabores coloridos. Escolhemos os nossos sorvetes – chocolate para ela e morango para mim – e sentamos em uma mesa perto da janela.
— Tá gostoso, Carlinha?
— Tá uma delícia! Obrigada por me trazer, tia Macla. A mamãe e o papai quase nu