Capítulo 121 “Fazer amor... como quem encontra o caminho de volta dentro do outro.”A casa estava mergulhada em um silêncio antigo, daqueles que guardam histórias nas paredes. No quarto, o mundo inteiro parecia caber naquele colchão. Cassian olhava para Naia como se tivesse medo de piscar e ela desaparecer. Ela, ainda com os olhos marejados, só conseguia pensar em quantas noites dormiu sozinha imaginando aquele toque. E agora ele estava ali.— Você quer... — ele começou, mas a voz falhou.Naia apenas se aproximou, sem responder. Passou os dedos pelo rosto dele com a reverência de quem encontra um milagre. Ele fechou os olhos, sentindo. O toque dela ainda tinha cheiro de saudade, e gosto de tudo o que ele não esqueceu.Ela subiu devagar sobre o colo dele. O corpo ainda trêmulo, mas agora por outro motivo. As mãos dele escorregaram pelas coxas nuas dela, que já vestia apenas um vestido. Ele subiu o tecido, tirou e encostou os lábios na barriga dela, sentindo o cheiro da pele úmida, que
Capítulo 122 “Quando a pele reconhece a alma, o corpo se transforma em altar.”A respiração de Naia ainda estava descompassada. As pernas trêmulas, o ventre latejando. Mas Cassian não parava. Ele não queria que ela apenas sentisse prazer — ele queria que ela se lembrasse de como era ser adorada.Ele ainda estava dentro dela. Duro, quente, pulsando. Mas era a boca dele agora que descia pelo corpo dela como um segundo coração. Ele beijava o ventre que um dia abrigou o filho deles, a cintura que ele tantas vezes segurou com desejo e raiva e amor. Depois, os seios, um de cada vez, sugando com calma, com reverência.Naia arfava, as mãos nos cabelos dele.— Cass... você vai me matar... — ela sussurrou, mordendo o lábio.— Não, amor. Eu só vou te lembrar de como é ser viva.Ela estremeceu. E quando ele desceu novamente entre as pernas dela, as coxas se abriram sem que ela sequer percebesse. O corpo dela reagia a ele como se nunca tivesse aprendido a se proteger. Ele era o perigo e o porto.
Capítulo 123 “Algumas saudades só se saciam embaixo d’água. Gritando com o corpo.”Cassian ainda estava dentro dela quando encostou a testa na dela, tentando recuperar o fôlego. O coração batia tão forte que parecia que o mundo podia ouvir.Naia acariciava o rosto dele, ainda sem saber se chorava de prazer ou de alívio. Mas foi a voz dele, rouca, baixa, que quebrou o silêncio.— Preciso de você, amor.Ela o olhou, surpresa.— Ainda?Ele sorriu de lado, mordendo os próprios lábios.— Você sabe... a primeira me dá fome.Ela riu, aquele riso leve e provocador que ele amava.— Amo seu apetite, Cassian. Vem. Me cansa.Ele a beijou com desejo renovado, e então a pegou no colo de novo, como se ela não pesasse nada. O corpo dele, mesmo saciado, ainda pulsava por ela.Naia enlaçou os braços ao redor do pescoço dele, enquanto ele a levava para o banheiro. O som da água quente preenchendo o box foi quase tão excitante quanto os gemidos abafados entre beijos.Cassian a colocou de pé com cuidado.
"O Começo do Fim”Cassian está afundado no sofá de couro, o cheiro ácido de álcool pairando no ar como uma neblina sufocante. A garrafa quase vazia de uísque escorrega por seus dedos enquanto ele geme baixo, a cabeça jogada para trás, os olhos semi abertos, completamente entorpecido. Uma mulher de cabelos longos e escuros, que ele mal lembra o nome, o cavalga de forma sensual, as unhas cravadas em seus ombros, rebolando em um ritmo lento e provocante. Ele leva o seio dela à boca e suga. Os gemidos dela ecoam mais alto pelo cômodo, um som vazio, sem significado algum para ele.Mas então, um soluço alto.Um som sufocado que não vem da mulher em seu colo.Cassian abre os olhos de supetão e seus sentidos, antes entorpecidos, despertam ao ver Naia. Ela está ali, parada na entrada do quarto, a mão tremendo ao segurar a bolsa, os olhos arregalados e cheios de lágrimas. Seu rosto está pálido como se a própria alma tivesse sido arrancada do peito.— Naia... — Cassian balbucia, empurrando a m
Capítulo 1Quando a rivalidade se torna um campo de guerraCassian saiu do Délano Group como um furacão. O telefone vibrava sem parar no bolso do paletó, mas ele não queria atender ninguém. O peso da conversa com o conselho da empresa ainda pulsava em sua cabeça, apertando sua mandíbula em frustração.Seu pai estava à beira da morte. O império Délano Pharmaceuticals precisava de um herdeiro. E ele... Ele, Cassian Délano, não podia ter filhos."Um Délano sem sucessor não é um Délano", seu pai havia cuspido as palavras horas antes. "Você vai resolver isso, Cassian. Ou o império que construí vai para as mãos erradas."Resolver. Como se fosse simples. Como se sua fertilidade pudesse ser restaurada com um estalar de dedos.Mas ele já tinha uma solução. A inseminação in vitro.Ele só precisava extrair o material e seguir com o plano. Nada mais.Horizon Medical Group já estava à sua espera.Acelerou o carro pelas ruas de Paris, o motor roncando com sua impaciência. Mas quando estacionou na
Capítulo 2 Feridas Abertas Nunca CuramCassian estava sentado na cadeira do consultório, os dedos tamborilando impacientemente na mesa enquanto o Dr. Marcel Lefèvre falava. Mas ele não estava ouvindo.A única coisa que ressoava em sua mente era a maldita discussão com Naia minutos antes.— Senhor Délano? — O médico chamou sua atenção. — O procedimento foi realizado com sucesso.Cassian piscou, voltando para a realidade.— Certo, certo... ótimo.Dr. Marcel o observou com cautela.— O senhor está bem?Cassian passou a mão no rosto, soltando um suspiro irritado.— Preciso de um café.O médico cruzou os braços.— Não acho uma boa ideia. Você já está muito agitado.Cassian riu, sem humor.— Então eu preciso de algo mais forte.Ele se levantou, pegou as chaves do carro e saiu da sala. Dr. Marcel balançou a cabeça, sabendo que não adiantaria argumentar.Cassian seguiu pelo corredor, passou pela recepção e desceu até o térreo. A cada passo, sentia a irritação crescer dentro dele. O encontro
Capítulo 3Herdeiro do Império DélanoO despertador disparou às 5h da manhã. Sem hesitação, Cassian Délano abriu os olhos. Não havia espaço para preguiça ou indulgência. Disciplina. Controle. Precisão. Era assim que sobrevivia.Ele se levantou, os movimentos econômicos e calculados. O quarto impecável, cada objeto no lugar exato, como uma extensão de sua própria mente organizada e inflexível. O mundo exterior era um caos; ali, não.Vestiu o uniforme preto, nada mais que uma regata e um short, o suficiente para o que precisava fazer. O preto absorvia a luz, refletindo o vazio dentro dele.Na pista de corrida particular, cada passada era uma descarga de adrenalina. O frio da manhã raspava sua pele, mas não alcançava o gelo sob ela. Ele corria porque precisava. Porque, sem o esforço físico extenuante, a irritação latente que queimava sob sua pele poderia transbordar.De volta à mansão, Cassian mergulhou na academia. Aço, vidro e silêncio. Cada movimento nos aparelhos de musculação era pr
Capítulo 4: O Erro que Mudaria TudoCassian girou o copo de uísque na mão, observando o líquido âmbar deslizar pela borda. O gelo já havia derretido, mas ele não se importava. Seu estômago queimava tanto quanto sua mente. Diego ainda não tinha chegado, e a sensação de estar sozinho era insuportável.Ele pegou o celular e discou novamente.— Você quer me ver ferrar com tudo, Diego? Quer ver seu amigo afundar? Porque se eu sair sozinho hoje, eu juro que vou fazer uma merda grande.Silêncio do outro lado da linha.— Você sabe como eu fico quando estou assim.Mais um silêncio tenso, depois um suspiro longo e pesado.— Porra, Cassian… — Diego murmurou.— Então me encontra.— Onde?Cassian sorriu com amargura.— Você já sabe.O bar de sempre.Onde ele podia afundar tudo sem olhar para trás.Diego hesitou, mas finalmente cedeu.— Nos vemos lá.A linha ficou muda.Cassian jogou o celular sobre a mesa e soltou o ar. Sua cabeça pulsava. Sua vida sempre girou em torno do controle. Mas agora, tu