Capítulo 120
“Algumas verdades só se revelam quando o coração já não tem mais força para mentir.”
A campainha soou com um toque discreto, abafado pelo vento da tarde. Naia manteve a respiração presa enquanto esperava. O coração, no entanto, parecia não ter recebido o comando — batia forte, desordenado, quase como se já soubesse o que viria.
A porta se abriu. Um homem de meia-idade, com expressão neutra, fez um leve gesto de cabeça.
— Senhorita… entre, por favor.
Ela avançou devagar. Cada passo pesava mais do que o anterior. O saguão da casa era amplo, de janelas altas e silêncio sufocante. Logo, passos se aproximaram.
— Oi, Naia. — disse Diego, parando a poucos metros dela.
Ela se virou com surpresa e o abraçou, quase instintivamente.
— Di... Meu Deus. Quantos anos.
— Verdade. — ele sorriu com carinho, mas os olhos carregavam tensão.
Ela se afastou um pouco, o encarando.
— É você? Você está falando comigo no celular?
Diego baixou os olhos. O silêncio respondeu antes dele.
— Não... —