Capítulo 107
Há dores que nenhum corpo suporta e nenhuma alma perdoa.
A luz fraca do corredor refletia sobre o rosto sério de Júlia, a enfermeira infiltrada. O telefone estava colado ao ouvido enquanto ela observava discretamente o movimento dos médicos na UTI neonatal.
— Ele morreu. O prematuro não resistiu — murmurou com frieza.
Do outro lado da linha, Celeste Laurent permaneceu em silêncio por um instante antes de responder:
— Os médicos já foram avisar a mãe?
— Ainda não. Estão preparando o protocolo. Devem ir ao quarto dela em alguns minutos.
— Esconde o verdadeiro. Agora. Coloque em uma ala sem acesso. Nada de visitas. Quero ele longe de qualquer olhar que reconheça a mancha no pé. Assim que ele estiver pronto pra sair do hospital, você me avisa. Ninguém mais pode saber que ele existe. Entendeu?
— Entendido. — Júlia desligou, olhou para os dois corredores e desapareceu atrás de uma porta lateral.
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Minutos depois, a porta do quarto de Naia se abriu com cautela. O médico entr