O tempo parecia se dissolver entre o som ritmado das máquinas e as vozes apressadas da equipe médica.
Para Isadora, cada contração era uma onda que a atravessava inteira — dor e força misturadas, transformando-se em uma entrega que nenhuma palavra poderia descrever.
Ela segurava a mão de Leonardo com força, como se o toque dele fosse a âncora que a mantinha firme na tempestade.
— Respira comigo, Isa — ele dizia, com a voz trêmula, mas serena.
Ela obedecia, tentando encontrar no olhar dele a coragem que parecia lhe escapar.
O tempo perdeu o sentido.
Houve gritos, lágrimas, mãos firmes, palavras de encorajamento.
E então, o choro.
Um som novo, frágil e intenso — o grito da vida rasgando o silêncio.
Isadora chorou junto.
Não de dor, mas de um amor que a ultrapassava.
Leonardo, tomado pela emoção, mal conseguia respirar. Ele olhava para o pequeno ser envolto em panos, com o rosto vermelho e os olhos semicerrados, e sentia o coração se expandir num ritmo descompassado.
— É um menino — diss