O relógio na parede parecia marcar o tempo de forma diferente nos últimos dias.
Para Isadora, cada segundo era um lembrete: o nascimento estava próximo.
O corpo já anunciava a chegada — os pés inchados, as noites curtas, a respiração mais lenta —, mas o coração dela batia com uma mistura de ansiedade e serenidade.
A TechGlobal seguia em plena expansão.
O Projeto Orion era um sucesso consolidado, e o Atlas começava a ganhar forma em reuniões, esboços e protótipos. Isadora ainda acompanhava tudo de casa, conectada às videoconferências e às decisões-chave, mesmo quando o médico a aconselhava a descansar.
Mas ela sabia: não era apenas o bebê que estava prestes a nascer.
Era também uma nova versão dela mesma.
Naquela manhã, Camila apareceu no apartamento com um café e um sorriso animado.
— Você ainda está trabalhando? — perguntou, colocando a caneca sobre a mesa.
Isadora ergueu uma sobrancelha. — “Trabalhando” é uma palavra forte. Eu só estava revisando o relatório de integração do Atlas.