Narrado por Dimitri Volkov
Quando Mikhail saiu do escritório, eu fiquei sozinho com o gosto amargo do vinho e a sensação clara de que o tempo havia invertido contra mim. Três dias. Três dias para que a vida de uma mulher — e a honra de um amigo — fossem liquidadas num ato consumado pelo ego de um velho. Três dias para que eu decidisse se acionava o mundo inteiro ou se procurava uma solução que preservasse vidas.
Peguei o telefone e liguei de novo. Não para gente de rua, não para quem comemora sangue. Liguei para aqueles que me entregam informação seca, sem drama: quem conhece Roma, quem conhece a família Smirnova, quem sabe os horários e as rotas de saída sem transformar tudo numa carnificina pública. Precisava saber onde exatamente ela dormia, como se movia e — principalmente — como o casamento tinha sido organizado.
Mikhail: — Ela está na mansão dos Smirnova, no bairro alto de Roma. Yakov e a mulher estão lá com ela. A segurança da casa foi aumentada desde o jantar. Tem homens à vis