Narrado por Anya Petrova
O salão inteiro prendeu a respiração. As luzes dos lustres pareciam mais fortes, refletindo no mármore e nas taças douradas. O homem do conselho ainda cuspia insultos quando Dmitri ergueu apenas a mão. Não precisou falar. Não precisou ordenar em voz alta.
O disparo ecoou como um trovão dentro do salão.
O conselheiro tombou para trás, o rosto ainda marcado pela fúria que não teve tempo de se transformar em medo. O sangue espalhou-se rápido pelo tapete, um vermelho vivo contra o dourado e o branco da decoração.
Um grito cortou o silêncio, abafado por mãos apavoradas cobrindo bocas. Mulheres recuaram, algumas se agarraram aos maridos, outras viraram o rosto para não encarar o corpo estendido no chão. Homens do conselho trocaram olhares pesados, alguns com raiva velada, outros apenas com medo.
Eu congelei, incapaz de mover um músculo. O braço de Dmitri continuava em volta da minha cintura, firme, como se nada tivesse acontecido.
Dmitri: — Isso vai acontecer com qu