Narrado por Anya Petrova
A mansão parecia maior do que nunca. O silêncio dos corredores me incomodava mais do que qualquer barulho de tiros que eu já ouvira na vida. Dmitri tinha saído com Mikhail, e cada vez que o carro dele desaparecia pelo portão, era como se levasse um pedaço do meu ar junto.
Eu precisava das meninas.
Peguei o celular, hesitei por alguns segundos e disquei o número de Polina primeiro. A chamada tocou duas vezes antes dela atender.
— Anya? — a voz dela soava sonolenta. — Tá tudo bem?
— Mais ou menos — admiti, andando em círculos pelo quarto. — Eu… eu queria pedir um favor. Você pode vir pra cá? Passar uns dias comigo? Dois, no máximo.
Houve silêncio do outro lado da linha. Polina pigarreou.
— Anya, você sabe que não é simples. O Don… ele pode não gostar.
— Eu falo com ele. — Respirei fundo. — Já falei, na verdade. Ele permitiu que vocês viessem, desde que eu avisasse com antecedência. Eu só… não quero ficar sozinha aqui.
— Mas e a escola? — ela questionou, ainda te