A noite cai, mas o sono não chega. Estou deitado na cama, fitando o teto, com a mente a mil por hora. As luzes da rua entram pelas frestas da janela, dançando nas sombras do quarto. Tento apagar os pensamentos, mas é impossível. O convite da máfia ecoa em minha cabeça, reverberando como um sino que nunca cessa.
Meu salário é ridículo. Mal cobre as contas básicas. Os ganhos com as lutas só ajudam a pagar o aluguel e garantir que eu não passe fome, mas nunca são suficientes para algo mais. Nada de casamento, nada de filhos, nada de futuro. Tento encontrar uma saída há anos, mas é como um labirinto sem fim. Sempre tropeço nas mesmas paredes, as mesmas portas trancadas.
Quando me olho no espelho, o reflexo é um rosto marcado, cheio de cicatrizes de lutas que se acumulam. Um homem que está sempre cansado, com os punhos doendo e os olhos fundos de exaustão. Talvez seja por isso que nunca consigo um emprego decente. Meus currículos são rejeitados antes mesmo de serem lidos. Quem contrataria