Você não tinha esse direito, Kate! Não tinha o direito de negar um pai a ele.
Deus! Eu não pensei nisso. Ele nem sabe que esteve nas mãos da máfia. Eu o poupei dessa verdade.
— Daniel, pega leve com ele. O coração dele não está bom. E eu não contei que trabalhei para a organização Bertizzollo.
Daniel ofega, a tensão tomando conta do ambiente.
— Pegue leve com ele? Quem sempre me escorraçou foi o seu pai, não ao contrário.
Meu peito sobe e desce rapidamente. São apenas onze horas da manhã, mas sinto como se o dia inteiro já tivesse me drenado. Tento amenizar a situação:
— Eu sei, amor, mas agora é diferente. Você o tem nas mãos.
Daniel respira fundo, os ombros finalmente relaxando um pouco.
— Deus, Kate! É tão bom ouvir você me chamar de "amor". Senti tanto sua falta.
Meus olhos se enchem de lágrimas, e um sorriso emocionado escapa de meus lábios. O olhar de Daniel escurece, um misto de dor e desejo estampado em sua expressão, que só o torna ainda mais intensamente belo. Ele me puxa para mais perto, e o calor de sua proximidade faz meu coração disparar. Meu olha