Letícia
Eu não dormi naquela noite.
A adrenalina ainda corria no meu sangue, misturada com medo, euforia e a sensação estranha de estar me tornando outra pessoa. Carolina me mandou mensagem às sete da manhã em ponto:
“Esteja pronta às 10h. Vamos treinar você para ser inesquecível.”
Eu nem sabia o que vestir. Olhei para as roupas novas com a insegurança de uma menina que invadiu o closet da mãe. Vesti uma calça de alfaiataria branca e uma blusa preta colada, de gola alta. Prendi o cabelo num rabo de cavalo alto. Passei o batom vermelho como ela ensinou. Quando o carro chegou, eu já estava na porta esperando.
O motorista me levou até uma cobertura luxuosa, num prédio onde só morava quem era realmente rico. Carolina abriu a porta com um vestido casual caríssimo e uma taça de vinho branco na mão, como se fosse uma cena de filme.
— Entra. Hoje a gente vai afiar suas armas — disse, sem rodeios.
Na sala, havia uma cadeira posicionada de frente pra uma poltrona. Um espelho no canto, taças de