Fátima tomava seu cappuccino como quem toma um remédio. Cada gole era uma contagem regressiva para o fim daquele encontro bizarro. Já conseguia prever todos os momentos esquisitos que ainda viriam — e ela nunca foi feita para aquilo. A cada segundo que passava, tinha mais certeza. De alguma forma não conseguia o encarar, ele a deixava ainda mais inquieta. Um sensação estranha, seu olhar penetrante, e seus olhos cheios de alegria, incomodava Fátima.
Do outro lado da mesa, Elias ainda estava com a túnica semiaberta. Os pelos do peito, lisos e castanhos, saltavam à vista descaradamente; por pura vaidade. A verdade é que a camisa não fechava porque o peito parecia esculpido à mão, como se tivesse passado os últimos três anos dentro de um ginásio. Fátima, mesmo sem querer, reparou. A presença de Elias podia ser categorisada como alguma forma de poluição visual.
Pelo menos podia comprar uma túnica do tamanho certo, pensou, revirando os olhos.
E depois vinha aquele sorriso — lindo, irritante