Julie lançou um olhar quase desesperado na direção da amiga, evidentemente temendo me contrariar e, ao mesmo tempo, com medo de deixá-la sozinha comigo.
— Pode ir, Julie. Está tudo bem — disse Delancy.
— Julie, eu não sou um assassino como estão dizendo.
— Qualquer coisa, estou ali fora. — disse Julie, antes de sair do quarto, quase correndo.
Quando a porta foi batida por fora, aproximei-me de Delancy, examinando-a atentamente, checando se estava bem. Foi então que me dei conta do tamanho da saudade que senti dela, sem nem perceber. Ela estava pálida, ligeiramente abatida, como se não dormisse direito há dias, o que me fez pensar no bem-estar do bebê. Usava um short jeans curto, uma blusa de malha simples e tinha os cabelos presos em um rabo de cavalo. Apesar da sua simplicidade, conseguia ser linda como jamais outra mulher me pareceu.
— Você está bem? — indaguei.
— Não consegui dormir muito nesses dois dias.
— É. Dá pra perceber.
Seguiu-se um instante de silêncio, durante o qual seus