Em busca de um banho e roupas limpas, subi até o quarto e a encontrei profundamente adormecida na cama, deitada na posição fetal, parecendo tão frágil, tão desprotegida, que precisei de um esforço absurdo para não me deitar ao seu lado, a acordar e dizerlhe que não estava sozinha, que eu jamais a deixaria desprotegida de novo, que seria capaz de transformar em cinzas qualquer pessoa que ousasse machucá-la. Porém, ocorreu-me que eu seria essa pessoa, que, mais uma vez, a machucaria, ao chantageá-la para que não fosse embora com nosso filho. O pensamento me fez sentir o último dos seres humanos.
Mais uma vez, eu magoaria a única pessoa que amava de verdade nesse mundo, como se ela já não tivesse sido ferida o bastante ao longo de sua triste vida. Que espécie de ser humano era eu?
Precisei novamente me lembrar da sua pretensão de fuga, para conseguir afastar toda a culpa e todo o remorso.
Tomei banho e me troquei silenciosamente o bastante para não acordar Delancy.
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No hospital, fui en