Esse foi o último show que você fez.
Ele me mediu de cima a baixo e, por um instante, senti meu estômago se revirar. Tentei parecer altiva, mas minha voz saiu rouca, quase um sussurro:
— Pelo visto você não gostou do show.
Bashir respondeu devagar, como se cada palavra fosse uma sentença:
— Esse foi o último show que você fez.
Senti o sangue sumir do meu rosto. Meu coração batia tão forte que parecia tentar escapar do peito.
— Não aconteceu nada pra você estar assim tão transtornado — murmurei, tentando não tremer.
Ele avançou de repente. Seus dedos fortes me agarraram pelos braços e ele me sacudiu, a respiração quente e descontrolada perto do meu rosto.
— Um bando de homens olhando para o seu corpo, assoviando como animais… e você acha que não aconteceu nada?
Me soltei dele com força e dei um passo atrás, ofegante.
— Bashir! Pare! É o meu trabalho! Você me contratou, lembra?
— Antes de estarmos juntos. Antes de eu me abrir com você. Antes de eu confessar meu amor e ouvir você dizer que me ama também. — A voz dele tremia