Ele se levantou do lugar onde estava e passou a mão pelos cabelos, respirando fundo antes de me olhar longamente.

— Quero ter esse grande coração… e entender seus espinhos. — disse por fim. — Mas não me peça para concordar com eles.

Senti meu peito apertar. Levantei-me devagar.

— Melhor eu ir. — murmurei. — E… converse com sua mãe. Ela só quis ajudar. Quando falei das minhas dúvidas sobre seu amor, ela tirou todas. Disse que tinha certeza que você me amava.

Quando me virei para sair, Bashir me segurou pela mão. O gesto foi firme, quase urgente. Ele me fez sentar novamente na cama. Ele se sentou ao meu lado, o rosto sério, mas com uma sombra de melancolia na voz.

— Tenho motivos para agir assim com ela. — começou. — Minha infância não foi fácil.

Fiquei em silêncio, ouvindo.

— Eu e meu irmão nascemos nos Emirados Árabes. Éramos pequenos quando viemos para a Inglaterra. Meu pai teve um problema sério na família… uma desilusão profunda. O irmão dele o traiu. Roubou os negócios da família.