Dois dias se passaram e Albert simplesmente havia sumido. Não que Sophie estivesse preocupada ou quisesse vê-lo, apenas era estranho ele não retornar para a própria casa. Disseram que por conta do trabalho, mas, suspeitava de que ele estivesse passando a noite com mulheres e mulheres! O que a deixava irritada... Era exatamente a mesma desculpa usada por Henrique. Revirou os olhos ao lembrar do ex. No futuro seria ainda mais irresponsável em deixar as crianças sozinhas, homens são assim, uns desgraçados que só querem usar e iludir as mulheres para seu próprio prazer e vontade. Albert certamente era o pior deles! Aquele amargor que a consumia diariamente tomou posse de seu peito ao recordar de Henrique, ele agora estava no top 2 da sua lista de imprestáveis. Foram instruídos na mudança para a residência oficial de lorde Larsen, o motorista Desmond quem os levaria. Ele sequer fez questão de aparecer. Esses dias, porém, fizeram com que
Albert Larsen estava em seu escritório particular numa reunião com seu assistente pessoal Dagfinn. Um homem de 54 anos, cuidava dele desde antes do seu nascimento, alguém em quem confiava com olhos vendados. — Mas o senhor precisará da assinatura dela, já que é guardiã legal das crianças.— Como poderei convencer essa mulher, Diga-me Dagfinn?A porta se abriu num rompante brusco. — Explique isso Albert! — Berrou Sophie ao entrar jogando nele o que identificou sendo um passaporte. — Abra! — Ordenou.Mas o que? Ele ficou com raiva de si mesmo por um momento, então ela havia descoberto por seu próprio descuido. Estava resolvendo os trâmites da nacionalidade dupla das crianças.— Você mentiu para mim! Sabe Albert, você é mesmo um mentiroso desprezível.— A culpa não é minha se você possui conhecimentos limitados ou a incapacidade de checar as informações antes de tomar decisões. — Ah, claro que a culpa é toda minha por amar demais as minhas crianças e pensar que ao menos você fosse um
Sophie Rodrigues teve de sentar-se para não entrar em pânico ao ver a quantidade de contas que precisaria pagar, Aos vinte e três anos nunca pensou que seria mãe. Às vezes até perguntava-se como deveria ser a sensação de gerar e criar um filho. Ela só não imaginava que era tão caro! E precisava admitir: Ser mãe solo é todo dia um grande desafio, principalmente quando as crianças são gêmeas. Ainda que fosse difícil e mesmo tendo de trancar a faculdade de arquitetura, ela não se frustrou ou se arrependeu. Seus sobrinhos precisavam dela e certamente os criaria com todo amor e dedicação como sabia que sua querida irmã Sabrina o faria. Não pode evitar as lágrimas ao recordar-se da tragédia ocorrida seis meses atrás. Acidente infeliz que levou consigo a vida de sua amada irmã e Vicente, seu cunhado. Sabrina foi muito mais do que irmã, melhor amiga para todas as horas e fazia bem o papel de mãe. No qual ambas perderam para o câncer, Sophi
Já era noite quando retornaram para casa. Albert sorria enquanto a água do chuveiro descia sobre o seu corpo lembrando das imagens preciosas daquele dia, quanto mais tempo passava com aquelas crianças mais os queria para si. Quando lancharam, Nicolas disse algo que o tocou no peito. ALGUMAS HORAS ATRÁS... — Papai me chamava assim. — Falou o menino — Assim como? — Perguntou Sophie. — Campeão, gosto quando me chama assim tio Albert é como se... — O menino se calou receoso. — Como se, o que? — Insistiu Albert. O menino olhou para a tia com certa preocupação, desviou o olhar os dizer: — Como se meu pai estivesse falando comigo... Eu sinto...sinto...sinto muita falta dele. — Nicolas começou a chorar e Eliza o acompanhou abraçando a tia, que parecia estar desolada e muita aflita, os olhos inundados de lágrimas. Albert segurou a mão de Nicolas, eram tão pequeninas nas mãos dele. — O meu pai também — O menino olhou para ele contendo os soluços, Albert prosseguiu —
— Meu lorde! — Chamou Dagfinn impaciente ao entrar nos aposentos de Albert — Meu lorde, desperte! — Abriu as janelas. — O que foi? — Perguntou sonolento ainda deitado. — Acorde Larsen! — Puxou as cobertas — Temos um problema, um grande problema! — Mas que velho chato — Murmurou sentando-se. Dagfinn o acertou na cabeça com a revista " Dá Corte" — Aí! doeu. — Pare de ser mole e leia isso. Na capa havia uma foto dele sorrindo para Sophie e uma foto das crianças de costas, Nicolas no colo dele. A manchete lhe chamou atenção: "CONDE LARSEN ASSUME PUBLICAMENTE UMA NOVA CONDESSA" O honorável e cobiçado conde Albert Høgh Larsen foi flagrado nesta quarta-feira (28) em um passeio familiar no parque de diversões Tivoli Friheden com sua suposta mulher e duas crianças. Uma fonte anônima afirma serem filhos dele, que até então escondeu sua família... — Mas que baboseira é essa? — Perguntou ao sair da cama, sem camisa — Quem escreveu isso? — Meu lorde, olhe o nome em negrito no fim d
Valquíria Larsen entrou em choque. Era visível a surpresa em seu olhar. O ambiente se tornou silencioso, nem mesmo as três mulheres de preto se moveram, uma inclusive estava com ambas as mãos na boca como se não pudesse acreditar no que viu. A mais velha tocou no lugar onde doía. — Co...como ousa? — Perguntou com surpresa indignada. — Como OUSA? — Berrou. Sophie lhe mediu de alto a baixo com todo o desdém que havia dentro de si. — Escuta aqui ô dona! já ouviu o dizer quem fere com ferro com ferro será ferido? Como ouso, eu? — Apontou um dedo na direção do rosto daquela criatura repugnante — Nunca, jamais! ouse bater em mim, não sou do tipo que abaixa a cabeça para desaforos, ainda mais vindo de uma perua estranha. — A mulher ergueu novamente a mão tomada por ira mediante a ofensa dirigida a ela, Albert a segurou — Basta! Saia já daqui. — Largou-a com força. — Não me defenda! — Sophie reclamou com ele e ofendida e enfurecida — Sou capaz de fazer isso sozinha — Parece que en
O coração de Sophie estava tão disparado que não seria nenhuma surpresa se ela tivesse um infarto naquele momento. Não queria demonstrar medo, mas estava assustada, apavorada! Por que bateu naquela velha? ah! mas apanhou primeiro, certo? ela e seu gênio explosivo, só a coloca em cada vez mais problemas. Queria que Sabrina estivesse presente, certamente saberia o que fazer com sua incrível paciência e equilíbrio, se estivesse em seu lugar viraria o outro lado do rosto ao invés de revidar. Como diria isso para Eliza e Nicolas? sua cabeça latejava. Abriu mão de sua vida, sua liberdade... era como se ela fosse a bela se casando com uma fera assombrosa e desalmada, que jamais amaria. Quis chorar, assim que disser eu "aceito" estará presa nesse país gelado de pessoas frias e distantes. Não devia ter entrado em contato com Albert, só colocou seus sobrinhos em perigo! Era mesmo uma péssima tia, como podia falhar tanto assim? que decepção sua irmã sentiria se soubesse. Lamentar-se, po
Albert se sentiu culpado por ficar quieto, ele não estava acostumado a consolar choro feminino. Nunca deu importância para outra mulher senão sua mãe e detestava aquele sentimento de impotência sempre que a flagrava aos prantos. Há décadas esse sentimento não invadia o peito dele. Conseguiu se conectar facilmente com Nicolas e acreditava que a relação deles tinha tudo para ficar mais forte, pensava até no dia em que o levaria para o escritório de sua empresa. Eliza, porém, era diferente, sentia como se pisasse em ovos ao tentar se aproximar. Não é fácil ter uma filha. — Você tem algum sonho? — Ele perguntou sem ao menos entender o que dizia, ora o que essa pergunta tinha a ver com a crise atual? — Mesmo que eu tenha não contaria para você! — Respondeu ríspida com as mãos cobrindo o rosto, o que fez Albert sorrir, talvez sua sobrinha seja mais parecida com ele do que possa imaginar. — Meu sonho sempre foi ser feliz.... ter uma família feliz, filhos a quem proteger e cuidar. — Est