A verdade era que, desde o início, quando Vitória viera alterar os registros, exigira que o diretor escondesse o dossiê de Beatriz e mostrasse apenas os das outras crianças da mesma turma.
Por isso, ninguém jamais chegara a ver o arquivo dela. E, nesse caso, o diretor tinha uma justificativa plausível para dar.
— Impossível. — Disse a secretária, firme. — Eu pesquisei. Ela com certeza foi criada neste orfanato.
— Se tem certeza de que foi nesta instituição, então deveria haver registro, sim. Mas é possível que tenha sido misturado em outro arquivo. Afinal, já se passaram mais de vinte anos, e vários diretores se sucederam nesse período. Cada um reorganizou os dossiês à sua maneira. Além disso, algumas crianças foram adotadas, e os arquivos delas foram retirados junto com o processo. — O diretor respondeu, mantendo a calma.
Ao ouvir isso, a secretária franziu o cenho.
“Adotada?
Mas em todos os documentos que ele havia investigado, Beatriz aparecia como órfã.”
— Vocês têm aqui o registro