Ela não acreditava. Chegou até a pensar que Letícia tivesse editado a imagem apenas para tranquilizá-la.
Mas sabia que a amiga só queria o seu bem. Entendia a intenção. De todo modo, Beatriz não era assim tão frágil. Pelo contrário, sua capacidade de suportar choques emocionais era surpreendente.
Depois de responder à mensagem, foi até a cozinha pegar um copo d’água. Enquanto bebia, uma lembrança atravessou-lhe a mente: a noite anterior, ao sair do salão de festas depois de entregar o presente, o homem que a havia amparado por um instante.
Ele fora estranho. Perguntara seu nome e sua idade. Se fosse apenas uma tentativa de paquera, por que questionar se ela tinha ou não família?
Não deveria, antes, querer saber: “De que família você é?” ou “Quem são seus pais?”
“Tem família ou não...”
Beatriz só agora percebia o quão esquisita era essa pergunta.
E o olhar dele... Não era o de um homem interessado. Era afiado, inquisitivo, como de alguém conduzindo um interrogatório.
Inquieta, pegou o c