Nada daquilo correspondia à realidade.
Mas por que tivera aquela primeira impressão?
Porque fora Vitória quem lhe descrevera Beatriz: uma mulher calculista, que havia tomado Gabriel para si, rompendo a amizade entre as duas, entre outras acusações semelhantes.
No fim, confirmou-se o velho ditado: “Não se deve ouvir apenas um lado da história. É preciso ver com os próprios olhos.”
Normalmente, Renato não cometia erros desse tipo. Para chegar à posição que ocupava, sempre precisara avaliar as pessoas com precisão. Só assim era possível escolher os subordinados mais confiáveis.
A falha dessa vez tinha uma explicação.
O reencontro com a irmã, a euforia e a necessidade de compensá-la haviam diminuído sua lucidez.
Enquanto refletia, a secretária voltou a comentar.
— No início, a Srta. Beatriz teve certa desconfiança de nós. Não sei de onde tirou essa ideia, mas parecia nos enxergar como vilões de novela. Não era hostilidade, apenas um olhar carregado de cautela.
Renato parou por um instante.