Da cama, ao ver o neto agarrando Renato como um louco e o interrogando, o senhor Henrique ergueu a voz em tom de advertência:
— Gabriel! O que pensa que está fazendo? Largue-o já.
Gabriel, porém, não obedeceu. Pelo contrário, apertou ainda mais o colarinho do outro.
— Você tem provas? — Perguntou Renato, com a voz fria e o rosto impassível. — Com que direito afirma que fui eu?
— Porque a Vitória é sua irmã! Você quer se vingar da Beatriz por ela. — Rosnou Gabriel, convicto. — Ela já tem antecedentes. Na outra vez, contratou gente para sequestrar, mas não conseguiu. Desta vez, com você junto, ficou ainda mais ousada.
Renato quase riu de indignação diante daquela lógica absurda.
“Esse Gabriel é mesmo um idiota.”
Se tivesse sido ele, estaria sentado ali, debaixo dos olhos de todos, se oferecendo de bandeja?
E, sem nenhuma prova, o outro se atrevia a atirar-lhe acusações ao vento.
— O caso da minha irmã já ficou no passado. Ela foi punida, passou dez dias detida. — Disse Renato com firmez