— Claro que eu vim de surpresa, ué. Se eu avisasse antes, você não ia dar alguma desculpa pra não vir? — Disse Leonardo com um sorriso maroto, aproveitando o semáforo vermelho para lançar a ela uma piscadela.
Beatriz apenas lançou um olhar de lado, sem dizer nada.
“Esse Leonardo… Claramente já tem o hábito de flertar. É automático.”
— Na primeira audiência, a gente ainda não se conhecia direito. Mas agora, na segunda, já dá pra dizer que somos amigos, né? — Continuou ele, com aquele tom leve e convincente. — Vim como amigo, não só como advogado. Muito mais digno assim.
Beatriz o encarou por alguns segundos e, no fundo, teve que admitir: ele sabia usar as palavras. Era afiado, articulado e carismático ao ponto de ser perigoso. Não era de se espantar que vivesse rodeado de mulheres.
Enquanto conversavam, o carro já havia estacionado diante do tribunal.
Assim que entraram no prédio, Leonardo mudou completamente.
A expressão se tornou séria, o olhar focado. Segurava a pasta de couro com fi