Assim que terminou de falar, o mordomo suspirou discretamente.
Virou-se e também saiu do quarto.
No quarto.
A porta foi fechada com um clique suave, mergulhando o ambiente em um silêncio absoluto.
Do lado de fora, a luz alaranjada do entardecer já havia dado lugar à penumbra.
Gabriel fechou os olhos, respirando pela boca.
Dos cantos dos olhos, escorreu a última lágrima.
“Por que...
Por que o avô insistia em forçá-lo a escolher entre a empresa e Beatriz?”
Ele não estava jogando a empresa fora por causa de uma mulher.
Não cometera nenhum erro grave de gestão.
Os lucros da empresa não haviam caído por culpa dele.
Quanto mais pensava, mais injustiça sentia.
E, com ela, vinham o ressentimento e a raiva contida.
Seu avô... Era mesmo tão certo assim?
Quem, afinal, o forçou a casar com Beatriz?
Não foi ele mesmo?
Se não fosse por aquela imposição...
Ele sequer teria se apaixonado por ela.
E agora, o velho queria que ele simplesmente deixasse tudo pra trás?
Gabriel não conseguia aceitar.
O amor