— E o Sr. Henrique… Também se preocupa com o senhor. Só não fala diretamente. — Acrescentou Rafael, ainda com aquele jeito de quem não sabe a hora de parar.
Gabriel ergueu os olhos, irritado com tanta tagarelice.
— Já entendi.
Pegou a tigela de mingau e tomou algumas colheradas. Depois, engoliu os remédios sem dizer mais nada.
Somente então Rafael recolheu os documentos assinados e se retirou da sala com discrição.
O escritório voltou a ficar em silêncio.
A concentração que Gabriel mantinha minutos antes foi totalmente interrompida.
Agora, jogado na cadeira, os pensamentos voltavam com força total ao que acontecera pela manhã.
E junto deles, vinham as emoções: ciúme, raiva, frustração, mágoa.
Um redemoinho de sentimentos que o deixava com o peito apertado, como se algo o sufocasse por dentro.
Sem conseguir se controlar, pegou o celular e ligou para o advogado com quem havia retomado contato recentemente.
Deu instruções diretas: preparar imediatamente um processo contra Eduardo e Leonar