Costumavam dizer que mulher mudava de humor como o clima.
Mas, comparando bem... Homem mudava ainda mais.
No dia anterior, Gabriel chorava como se o mundo tivesse acabado.
No seguinte, voltou como um imperador, tirano, seguro, arrogante. Como se jamais tivesse implorado por nada.
Mas não importava qual dessas faces ele vestia. Nenhuma delas tinha mais a ver com Beatriz.
Amanhã, no tribunal, tudo se encerraria. Depois disso, ela e ele seriam como rios que correm em direções opostas. Linhas paralelas que nunca mais se tocam. Estranhos completos.
A poucos metros dali...
Ao vê-la passar com aquele olhar frio, ignorando-o como se fosse um desconhecido qualquer, o rosto de Gabriel começou a rachar. Por trás da expressão rígida, uma dor latente se espalhava.
Ele, que já havia experimentado a decepção profunda e se fechado num estado quase glacial, agora percebia que ainda não conseguia... Ser como ela.
Ainda não conseguia olhar e não sentir.
Ainda não conseguia soltar.
Apertou os punhos, os o