— E aquela moça de cabelo cacheado? Tem que salvar todo mundo! — Gritou a senhora mais uma vez, exaltada.
— Já a levei pro hospital antes. — Respondeu Gabriel às pressas, sem notar a armadilha nas palavras da vizinha fofoqueira, deixando a frase no ar antes de desaparecer de vista.
Atrás dele, umas três ou cinco pessoas que assistiam à cena como quem acompanha novela se entreolharam, trocando olhares de cumplicidade, logo assumindo expressões de “sabia que era isso!”
Se não estavam enganados, a mulher que morava com ele devia ser a esposa legítima, certo? Então aquela outra... Só podia ser a amante.
E o mais suspeito: ele claramente sabia do vazamento de gás. Se não soubesse, por que teria levado a outra primeiro ao hospital?
No fim das contas, deixou a esposa pra trás, sozinha, se arrastando pra fora do apartamento... até desmaiar bem na porta.
Lamentável! Uma cena dessas não se esquece fácil.
O rapaz até que era bonito, mas quem diria que por trás daquela aparência estava um canalha