— Lucas se levantou apressado:— Eles estão chegando, vou recebê-los lá embaixo.— Vamos juntos. — Disse Mariana. — Também estou com saudades da Lulu.Quando os cinco se encontraram, Lucas e Jaime estavam tranquilos, mas as três garotas se abraçaram e pularam de alegria, rindo como crianças.Ao perceber que o olhar de Jaime estava fixo em Luísa, Lucas perguntou:— Como está a ferida? E vocês dois... tiveram alguma novidade?— Aquela ferida não é nada. Quanto ao resto. — Jaime deu uma piscadela. — Definitivamente melhor que vocês dois.— Que merda! — Lucas bufou. — Não devia ter perguntado!— Calma aí. — Jaime deu um tapinha em suas costas. — Vamos encher a cara hoje!— Pode beber? — Lucas queria dar um tapinha de volta, mas pensando na ferida de seu amigo, se conteve.Os cinco foram para a sala conversando.Dessa vez, Luísa voltou do exterior cheia de conquistas. Além do prêmio internacional de design, seu romance com Jaime também avançou.Luísa estava brilhando.Entre risadas, Mariana
Jaime olhou para Lucas:— Nossa, agora você está muito esperto, hein?— Claro.— Cadê essa sabedoria antes? — Jaime revirou os olhos. Ele não quis mencionar os erros passados do amigo, mas o que Lucas fez antes o irritava realmente.— Ainda somos manos ou não? — Lucas ficou descontente, bufando. — Não mencione o passado, ok?— Também não quero lembrar. — Jaime respondeu. — Só acho que devia ter te dado uma coça na época. Se você tivesse se dado bem com a Mari, eu e a Lulu teríamos avançado mais.— Ah, percebi. Não está realmente se importando comigo. No fundo, você só pensa em si mesmo — Acusou Lucas.— Claro! — Jaime deu uma risada. — Quem não se garante, se lasca. Nunca ouviu isso?— Para de me provocar. — Lucas bufou. — O importante é que agora estamos tentando.— Falando nisso… — Jaime baixou a voz. — O que está rolando com a Gisela? Ouvi dizer que você está arrumando um projeto para a família dela. Não faça besteira.— Quero cortar todo o laço com ela. — Explicou Lucas. — O que ro
— Falando sério. — Jaime olhou para Lucas. — Já que você entendeu seu coração, trata bem a Mari.— Vou sim. — Respondeu Lucas. — E você e a Lulu estão avançando? Durante o jantar, ela raramente te olhava…— Isso significa que preciso me esforçar mais. — Só riu Jaime. — Quando estava internado, não dava para fazer nada. Mas agora voltei, vou começar a cortejar ela direito. Quero que ela tenha tudo que outras garotas têm. Ser cortejada também faz parte.Lucas riu:— Você é muito mais considerável e cuidadoso do que parece.— Na verdade, não precisa fazer isso de propósito. Quando você ama alguém, naturalmente pensa nela. — Jaime filosofou. — Desleixo é só desculpa de quem não ama.— Exato. — Lucas concordou.— Por isso, se esforça mais, mano. Mostra seu coração, e a Mari vai ver. — Jaime incentivou. —Espero que consiga o que deseja no ano novo. Torço por você.— Vamos nos esforçar juntos. — Lucas brincou. — Quem sabe possamos organizar a cerimônia de casamento juntos?Jaime deu uma garg
— Desde quando o Sr. Lucas se tornou o porta-voz da Mari? — Fernando provocou. — Ou ela tem que pedir sua permissão para tudo?Lucas achava que seu desgosto por Fernando não era sem motivo.Só de ouvi-lo falar, já dava para perceber sua intenção de instigar a discórdia.Como esse cara podia ser tão chato?— Claro que não. — Lucas respondeu friamente. — A Mari tem absoluta liberdade. Só que temos compromisso depois, então dispensamos sua carona.— Compromisso? Tão tarde assim, que tipo de compromisso?— Um encontro. — Lucas o encarou. — O Sr. Fernando tem algum problema com isso?Fernando ficou mudo pela primeira vez na vida.Claro, Lucas estava mentindo. Ele lançou um rápido olhar para Mariana, temendo que ela o desmascarasse.Para seu alívio, ela permaneceu calada.Enquanto Jaime ia levar Luísa e Sebastião certamente ia levar Camila, Fernando ficou sozinho no final.Os outros já foram embora. Fernando acendeu um cigarro, encarou a noite por dez minutos e entrou finalmente no carro.Lu
— Então, não vamos mais duvidar um do outro, está bem? — Mariana propôs. — O que passou, deixa passar. Você também não precisa ficar remoendo isso, entendeu?— Certo. — Lucas assentiu.— De lá pra cá, só você me beijou. — A mulher confessou em voz baixa. — Talvez eu seja mesmo muito... sem graça.A frase o atingiu como uma facada.— Mari… — sua voz embargou. — Não fale assim. Eu sei… Depois, vou fazer o que devo fazer. Nós não vamos pensar no passado, só vamos para frente, olhando para frente, combinado?— Combinado.O clima pesado dissipou qualquer ânimo para um encontro.Lucas levou Mariana para casa e, ao chegar à porta, não demonstrou intenção de entrar.Mas também não queria ir embora.Seus pais estavam em casa, e Diego também. Então, Lucas certamente deveria voltar para lá.Senão, ele preferia ficar no apartamento ao lado para estar perto de Mariana.Lucas permaneceu em silêncio. Percebendo seu conflito, Mariana se ergueu na ponta dos pés e plantou um beijo em sua bochecha.O hom
Ele não dormiu bem, como sempre.Desde que Mariana o deixou, Lucas nunca mais teve uma noite completa de descanso.Incontáveis madrugadas sem dormir, ele passou de olhos abertos, se torturando ao relembrar todas as coisas idiotas que fez no passado.Naquela época, parecia que era cego por um ciúme doentio de Paulo, que se aproximara demais de Mariana. Poderia ter levado Joana a outro hospital, mas escolheu propositalmente exibi-la diante de Mariana. Agia como um viciado, profundamente envenenado, ferindo Mariana cruelmente. Parecia que a dor dela podia lhe trazer o prazer.Mas aquele casamento tóxico cortava como uma faca de dois gumes. Machucou Mariana, e por sua vez, machucou ele mesmo.Nos dias em que Mariana esteve ausente, Lucas se afogou em álcool. Até o sentido da vida lhe escapava.Só tarde demais percebeu que seu amor por ela era incontrolável.E o dano que ele causou a Mariana o torturava a si mesmo. O peso de seu erro o consumia, aprisionando-o na dor noite após noite.O de
— É verdade. Estou sempre ocupada com o trabalho e acabo tendo pouco tempo para fazer companhia. — Disse Mariana.Lucas quis dizer algo, enquanto Mariana continuou:— Mas eu já reservei uma vaga numa creche. As aulas começam em alguns dias.Foi então que Lucas se deu conta de que crianças da idade de Diego realmente já deveriam ir para a creche.— Em qual creche? — Lucas perguntou apressado. — Quando estiver ocupada no instituto e não puder levá-lo e buscá-lo, eu posso fazer isso.Mariana mandou para ele o site da creche.Ele verificou imediatamente as informações no celular e franziu a testa:— Mari, podemos mudar para outra creche? Tenho uma opção melhor.— Não precisa. — Recusou Mariana. — Eu e meus amigos já avaliamos bastante, e essa creche é muito boa.Lucas não insistiu mais no assunto.No caminho a casa, Lucas dirigia, enquanto Mariana observava a rua pela janela, quieta.Ela notou que, Lucas estava se comportando de maneira extremamente contida hoje.Antes, ele sempre tentava
Ligação de Mário nunca trouxe boas notícias.Mariana saiu de sala e só atendeu a ligação quando chegou ao quintal.Como esperado, o tom de Mário não era nada amigável:— Nem no Natal você apareceu? Acha que mandar alguns presentes já foi suficiente? Seus pais ainda estão vivos!Mariana respondeu friamente:— Passei o Natal no hospital. Desde que o Didi foi internado até ter alta, nenhum de vocês perguntou como estava. Sempre que me ligaram, foi para falar sobre a família Nunes…— E o que tem de errado em falar da família Nunes? — Mário retrucou com raiva. — Os Nunes são nossa família por aliança! Ajudá-los é obrigação! Você só pensa nesse bastardo que teve com um estrangeiro…Mariana não suportou ouvir mais nada e desligou o telefone antes que ele terminasse.Em pleno inverno, ela tremia de raiva no vento gelado.Afinal, aquele era o avô de seu filho. O próprio pai dela… Como ele podia dizer algo tão cruel?— Mari...De repente, um casaco de lã pousou sobre seus ombros, trazendo consig