No final das contas, Lucas não poderia mais esconder a verdade dos pais.Após muito refletir, ele decidiu procurar Juliana primeiro.Ele tinha planejado contar a ela a notícia por mensagem, talvez porque, quando ainda era muito pequeno, Juliana tivesse demonstrado um carinho maternal por ele.Mas, na realidade, Juliana sempre foi discreta e totalmente dedicada ao trabalho. Tão imersa na pesquisa, ela nunca imaginou que amor e filhos fariam parte da sua vida.Após descobrir que Afonso a traiu, ela se trancou no laboratório e saía raramente. Desde então, Lucas quase não a via mais.Em casa, havia fotos de Juliana, e Lucas sempre tinha a sensação de que sua memória dela ainda estava presa à sua versão jovem. Porém, na realidade, ela já estava na casa dos cinquenta.Na manhã seguinte, Lucas foi direto ao laboratório dela.Na noite anterior, ele tentou entrar em contato, mas só conseguiu graças à assistente, já que Juliana vivia no laboratório e raramente respondia às mensagens. A assistent
Desde que se entendia por gente, Lucas nunca tinha sentido o calor de um abraço dela.Houve um tempo em que ele sonhava com isso, se aninhar no colo da mãe, sentir seu afeto de perto.Mas agora... essa expectativa já não existia mais. Fazia tempo que ele deixou essa fase para trás.Só que hoje.Agora.Neste exato momento, ele queria, mais do que tudo, abraçar a mulher que lhe deu a vida.Ele tinha até medo de ser rejeitado.Assim que terminou de falar, sem se importar com a reação de Juliana, ele simplesmente estendeu os braços e envolveu aquele corpo frágil em um abraço.O cheiro dela era sutil, um leve aroma de sabão que quase passava despercebido.Ele a segurou por um instante, rápido demais, e logo soltou, se virando e indo embora sem olhar para trás, como se estivesse fugindo.Juliana permaneceu imóvel.A assistente esperou alguns segundos antes de quebrar o silêncio: — Professora...Só então Juliana mexeu as pernas.A assistente olhou para ela e, por um breve momento, teve a imp
— Juliana!Antes que Lucas pudesse reagir, Afonso já avançava na direção do laboratório.No instante seguinte, Lucas viu as chamas se espalhando pelo local!Sem hesitar, ele agarrou Afonso por trás, o jogando para os braços das pessoas ao redor, e correu direto para dentro do incêndio.O caos tomou conta de tudo. No fim, todos acabaram no hospital.Juliana foi levada para a sala de emergência.Naquele momento, Juliana estava concentrada em seu trabalho quando um funcionário ao lado cometeu um erro. Se o material dentro do recipiente vazasse, ele perderia as mãos para sempre.Sem pensar em sua própria segurança, sem sequer se preocupar com o que segurava nas mãos, Juliana reagiu no instante certo e corrigiu o erro com a máxima rapidez.Mas, ao mesmo tempo, uma faísca saltou, incendiando um fio suspenso no alto. O cabo queimado se rompeu, e os equipamentos pendurados nele despencaram, atingindo Juliana diretamente na cabeça.O laboratório pegou fogo. Juliana estava ferida. Afonso tentou
Os olhos de Afonso estavam vermelhos: — Mariana, sua mãe está mesmo bem? Você não está me enganando?Lucas olhou para Mariana e respondeu de imediato: — Pai, Mariana nunca mentiria para você. Minha mãe vai ficar bem.— Isso mesmo. — Mariana sorriu, um pouco sem jeito. — Assim que ela acordar, observamos por mais quatro horas e, se continuar tudo bem, ela pode ir para o quarto comum.Depois de garantir que Afonso estava acomodado, Lucas foi atrás de Mariana.— Minha mãe está mesmo fora de perigo? — Perguntou ele.Mariana mostrou os exames no celular. — Olha, aqui está o hematoma. Não é grande, então deve ser absorvido naturalmente. Por enquanto, não parece estar pressionando nenhum nervo. Mas quando se trata do cérebro, nunca dá para ter certeza absoluta. Agora, só nos resta esperar ela acordar.Sem dizer nada, Lucas a puxou para um abraço.Mariana ficou surpresa.Depois, tirou uma das mãos e deu leves batidinhas nas costas dele. — Não se preocupa, ela vai ficar bem.Lucas continuou a s
Antes, Lucas havia dito muitas palavras de arrependimento e promessas.Mas, não sei por que, agora, neste momento, quando Mariana ouviu, sentiu algo completamente diferente.Talvez as coisas envolvendo os pais de Lucas tivessem deixado todos tão pensativos.Neste momento, Mariana sentiu que talvez fosse possível acreditar no amor novamente.Lucas logo a soltou. — Vai cuidar de Didi. Nos próximos dias, eu não poderei ir. Preciso ficar com minha mãe.Mariana respondeu: — Didi vai ter alta essa tarde. Vou passar para ver sua mãe mais tarde, não se preocupe tanto.Lucas acariciou seu cabelo. — Vai lá.Mariana forçou um sorriso. — Agora é você me mandando embora.Lucas disse: — Se você ficar aqui, não vou conseguir me concentrar, vou ficar só pensando... em te abraçar.Mariana sentiu suas orelhas esquentarem e baixou a cabeça. — OK, vou indo então. Se precisar de algo, me liga.Ao voltar para o quarto, Mariana viu que Camila já havia chegado.Quando Lucas a ligou, ela correu para a sala de
Mariana sorriu e disse: — É assim que você fala dele? O cara é alto, bonito, tem dinheiro, tem tudo, como é que ninguém gosta dele?— Você sabe de alguma coisa? — Camila a olhou fixamente. — Alguém está tentando conquistar Sebastião?— Não, só falei por falar. Você deveria prestar mais atenção nele, viu? Vai que alguém o rouba de você, aí você vai chorar.— Coisa que pode ser roubada, definitivamente não é minha. — Camila respondeu. — Quando isso acontecer, vou dar um tchauzinho, sair com elegância, sem olhar para trás.Mariana voltou e logo a apressou a sair.Sebastião chegou para a buscar, e Camila obedeceu, saindo sem reclamar.Entrando no carro, Camila perguntou: — Mas você não tem reunião de acionistas hoje? Como ainda tem tempo para me buscar?Sebastião respondeu: — Já acabou.— Rápido assim?— Não tinha jeito, preciso buscar minha querida. — Sebastião sorriu. — Eu pedi para acelerarem.Camila inclinou a cabeça, o observando: — Sebastião, posso te perguntar uma coisa?— Claro, o
Mariana não sabia como responder.Parecia que a pessoa que mais precisava de consolo agora era Afonso.Mas como ela era mais nova, não sabia como o confortar.Ela acabou respondendo para Lucas: — Então, cuide bem deles. Se precisar de alguma coisa, é só me avisar.Lucas respondeu: [OK.]Depois disso, ele não mandou mais mensagens, provavelmente porque estava ocupado.Naquela noite, alguém bateu à porta de casa, e Mariana ficou surpresa ao abrir.— Por que você está aqui? — Mariana perguntou: — Como estão seus pais?Lucas entrou e perguntou: — Didi já dormiu? Está tudo bem, não está mais se sentindo mal, né?— Não, está ótima, já está dormindo.Só então Lucas falou: — Meus pais também estão bem. Meu pai chorou feito uma criança, minha mãe não aguentou ver isso, pegou na mão dele, e ele chorou ainda mais.— Seu pai deve estar se sentindo muito injustiçado. — Mariana ouviu e sentiu uma mistura de pena e vontade de rir. — Depois de tantos anos, sua mãe o ignorando, agora que ela sabe que e
Antes, ele sempre foi educado com ela, pelo menos por causa da dívida de gratidão por ter salvo sua vida.Agora...Esse tom dele era realmente frio e indiferente.Neste momento, Gisela sentiu que a decisão que tomou era a certa.Ela rapidamente disse: — OK, não importa o motivo. Se você realmente não quiser mais ter contato comigo, posso te pedir uma coisa?Lucas respondeu: — Eu já disse, qualquer coisa dentro das minhas capacidades, pode pedir.Gisela disse: — Lucas, se você me ajudar, que tal a gente deixar o passado pra trás?Lucas perguntou: — O que é? Diga primeiro, preciso ver se consigo fazer.— É algo relacionado aos negócios. — Gisela disse. — O projeto na Zona Leste, você pode ajudar a minha família a conquistar?Lucas deu um sorriso.Gisela percebeu que aquele sorriso era de desdém.Lucas disse: — Esse projeto é grande demais para a sua família.Nem mesmo ele poderia assumir sozinho sem considerar parcerias.Gisela insistiu: — Ou então, deixe a Família Teles participar.Aque